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Adeus a Maria da Conceição de Almeida Tavares

Professora emérita de Economia, Tavares formou diversas gerações e nomes como José Serra, Luciano Coutinho e Luiz Gonzaga Belluzzo A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica com pesar o falecimento da professora emérita do Instituto de Economia Maria da Conceição de Almeida Tavares, aos 94 anos. A economista, matemática e escritora […]

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Professora emérita de Economia, Tavares formou diversas gerações e nomes como José Serra, Luciano Coutinho e Luiz Gonzaga Belluzzo

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunica com pesar o falecimento da professora emérita do Instituto de Economia Maria da Conceição de Almeida Tavares, aos 94 anos. A economista, matemática e escritora luso-brasileira teve relevante papel na política e na economia do país. Ao longo de sua carreira, Maria da Conceição Tavares formou e influenciou inúmeros economistas e líderes políticos, entre eles José Serra, Luciano Coutinho, e Luiz Gonzaga Belluzzo.

A professora atuou na elaboração do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e teve carreira marcada por importantes passagens pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Grupo Executivo de Indústria Mecânica Pesada (Geimape). Trabalhou também na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), onde desenvolveu trabalhos influenciados por economistas como Celso Furtado, Caio Prado Jr., e Ignácio Rangel.

Em 1998, venceu o Prêmio Jabuti na categoria ‘Economia’, reconhecendo sua significativa contribuição ao pensamento econômico no Brasil. Entre suas obras mais importantes, destaca-se “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, de 1972, que trouxe análises profundas sobre a economia brasileira e suas transformações.

Maria da Conceição Tavares era uma apaixonada pelo Brasil, onde chegou em 1954, fugindo da ditadura salazarista. Apesar de ser formada em Engenharia pela Universidade de Lisboa, logo se transferiu para Ciências Matemáticas, licenciando-se em 1953. Aqui, a portuguesa de Aveiro, começou a participar das atividades e debates promovidos pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Por não conseguir a equivalência de diplomas que lhe permitiria dar aulas na universidade, em 1955 começou a trabalhar como estatística no Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC), atual Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Em 1957, adotou a cidadania brasileira, matriculando-se no mesmo ano no curso de Economia da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na década de 1990, ela foi uma das vozes mais críticas do Plano Real e se destacou como deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro, entre 1995 e 1999.

Torcedora apaixonada do Vasco da Gama, a economista teve a vida, a carreira e a obra retratadas, em 2018, no documentário dirigido por José Mariani. As aulas de economia política gravadas chegaram às mídias sociais, tornando a professora conhecida das gerações atuais. A dedicação à justiça social e ao desenvolvimento econômico brasileiro foi uma constante em sua vida, como certa vez afirmou no programa Roda Viva da TV Cultura, em 1995, que viralizou no aplicativo TikTok: “Se você não se preocupa com justiça social, com quem paga a conta, você não é um economista sério. Você é um tecnocrata”.

Publicado originalmente pela UFRJ em 08/06/2024

Por Sidney Coutinho

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