A Comissão Sino-Brasileira é o principal mecanismo de diálogo bilateral entre os dois países. Na ocasião, foram firmados 8 instrumentos intergovernamentais e anunciados 30 resultados, além de 11 atos do setor privado, em diversas áreas
No ano em que é celebrado 50 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e a China, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da VII Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), realizada nesta quinta-feira (6), em Pequim. O evento ocorreu durante a missão oficial liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
“A COSBAN foi muito boa. Mostrou o momento espetacular da relação Brasil e China. Eles são um dos principais destinos das exportações agropecuárias brasileiras. É determinação do presidente Lula estreitar esses laços”, reforçou o ministro Fávaro.
A COSBAN é o principal mecanismo de diálogo bilateral regular com a China e um dos mais amplos do Brasil com parceiros internacionais. Ela é copresidida pelos vice-presidentes dos dois países – no Brasil, Geraldo Alckmin, e da República Popular da China, Han Zheng. Seu propósito é supervisionar e executar a agenda bilateral em áreas estratégicas para ambos os países.
Na ocasião, foram firmados 8 instrumentos intergovernamentais e anunciados 30 resultados, além de 11 atos do setor privado, nas áreas de agricultura, finanças, meio ambiente e mudança do clima, comércio, indústria, comunicação, saúde, educação, cultura, espaço exterior, energia, micro e pequenas empresas, desenvolvimento social e rural e ciência, tecnologia e inovação.
Entre os atos assinados está a aprovação dos requisitos sanitários e de quarentena relacionados à qualidade das pecans brasileiras. A partir de agora, o Brasil poderá exportar noz-pecã para a China. A estimativa é que a abertura do mercado chinês poderá representar negócios acima de US$ 1 milhão.
O ministro Fávaro também destacou outros acordos que ocorreram durante a missão, como a ampliação de oportunidades do café brasileiro na China. O Governo Federal fechou acordo para promoção do café brasileiro na maior rede chinesa de cafeterias. Por meio da parceria, a empresa se compromete a promover e comercializar ativamente o café brasileiro para seus clientes e parceiros. O acordo assinado prevê a compra de aproximadamente 120 mil toneladas de café brasileiro pela rede, no valor cerca de U$ 500 milhões.
“Há três anos o Brasil exportava apenas US$ 80 milhões em café para China. O ano passado saltou para US$ 280 milhões. Agora, só essa empresa formalizou mais US$ 500 milhões. Com isso surge oportunidade para os brasileiros. É mais emprego e mais renda”, explicou Fávaro.
Ainda, foi pontuado pelo ministro a importância dos diálogos durante a missão sobre o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). A ideia é trazer cada vez mais fomento do exterior para a iniciativa. “O Brasil cresce a passos largos na produção sustentável. Para isso, temos trabalhado o programa nacional de recuperação de pastagens degradadas, que visa incrementar mais 40 milhões de hectares de áreas com altíssimo potencial produtivo e sem derrubar uma árvore se quer”, pontuou.
Relações Comerciais no Agronegócio
A China é o principal destino das exportações agropecuárias brasileiras. Em 2023, as vendas para o mercado chinês foram recordes, totalizando US$ 60,24 bilhões. Esse valor representa 36,2% do total exportado pelo agronegócio nacional.
Além disso, a China destacou-se como o maior impulsionador do crescimento das exportações do agronegócio brasileiro no último ano, contribuindo com um aumento de US$ 9,53 bilhões em comparação com 2022.
Dentre os dez principais produtos exportados pelo Brasil, que representaram 78,8% da pauta exportadora do setor, a China foi o destino principal de oito produtos: soja; milho; açúcar, carne bovina; carne de frango; celulose; algodão e carne suína in natura.
Por outro lado, as importações brasileiras oriundas da China em 2023 totalizaram aproximadamente US$ 1,18 bilhão. Os itens importados incluíram produtos florestais, fibras e produtos têxteis, demonstrando a diversidade das relações comerciais entre os dois países.
Destaca-se ainda que, em março de 2023, o país asiático concedeu autorizações para 38 plantas brasileiras de uma só vez, abrangendo 34 frigoríficos e 4 entrepostos comerciais. Essa medida representou o maior número de autorizações concedidas simultaneamente na história das relações comerciais entre Brasil e China.
Somente nos quatro primeiros meses de 2024, o Brasil exportou US$ 17,09 bilhões em produtos agrícolas para o mercado chinês.
Publicado originalmente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária em 07/06/2024 – 10h38
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