Conforme indicam as pesquisas de boca de urna, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, provavelmente conquistará um terceiro mandato consecutivo no cargo. Especialistas chineses observaram que as políticas domésticas e externas de Modi devem manter a continuidade, com a expectativa de que ele persista nos esforços para impulsionar o crescimento econômico do país.
Analistas enfatizam a importância de a Índia colaborar com a China para manter uma comunicação aberta e abordar as diferenças, a fim de direcionar a relação bilateral de volta ao caminho do desenvolvimento saudável e estável.
Conforme relatado pelo NDTV no domingo, ao final das eleições gerais que começaram em 19 de abril e concluíram no sábado, uma grande vitória da Aliança Democrática Nacional liderada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP) foi prevista por 12 pesquisas de boca de urna.
Embora o veículo de notícias indiano tenha advertido que as pesquisas de boca de urna “nem sempre são precisas”, afirmou que Modi, 73 anos, e seu partido, o BJP, são amplamente esperados para manter o poder por um terceiro mandato consecutivo. O cenário eleitoral real no país se tornará claro na terça-feira, quando a Comissão Eleitoral da Índia anunciará os resultados oficiais das eleições.
Analistas destacaram que, se Modi vencer, o que segundo a AP o tornará o segundo líder indiano a manter o poder por um terceiro mandato, após Jawaharlal Nehru, o primeiro primeiro-ministro do país, suas políticas domésticas e externas deverão manter forte continuidade, com pouca probabilidade de mudanças significativas.
Modi continuará a perseguir os objetivos de política doméstica e externa que estabeleceu para a Índia, com forte foco em impulsionar o país a se tornar a terceira maior economia do mundo, depois dos EUA e da China, dentro de alguns anos, afirmou Qian Feng, diretor do departamento de pesquisa do Instituto Nacional de Estratégia da Universidade Tsinghua, ao Global Times no domingo.
Além disso, a abordagem estratégica de Modi inclui a contínua busca por aumentar a influência global da Índia por meio de canais diplomáticos, dado a visão do primeiro-ministro de tornar a Índia uma potência líder.
Sobre as relações China-Índia, especialistas afirmaram que, apesar dos contratempos durante o segundo mandato de Modi, a possibilidade de um confronto fortalecido entre China e Índia é improvável se ele continuar no cargo.
“As relações entre a China e vários países, incluindo aliados dos EUA como Japão e Austrália, estão agora melhorando. À luz disso, a Índia pode questionar por que ainda não há sinais de alívio e melhoria nas relações China-Índia”, disse Lin Minwang, vice-diretor do Centro de Estudos do Sul da Ásia da Universidade Fudan, ao Global Times no domingo.
Em uma entrevista exclusiva à revista americana Newsweek em abril, Modi afirmou que, para a Índia, o relacionamento com a China é importante e significativo. Índia e China “precisam urgentemente abordar a situação prolongada em nossas fronteiras para que a anormalidade em nossas interações bilaterais possa ser superada”, disse ele. Modi também observou que relações estáveis e pacíficas entre Índia e China são importantes não apenas para os dois países, mas para toda a região e o mundo.
A China tem se comprometido a melhorar ativamente as relações com a Índia, acreditando que manter relações bilaterais estáveis está no interesse de ambos os lados. Se a Índia puder trabalhar junto com a China no próximo mandato do primeiro-ministro, isso poderá abrir caminho para melhorias no relacionamento entre os dois países, afirmaram analistas.
É imperativo que a Índia mantenha uma perspectiva estratégica em relação às relações China-Índia e colabore com a China para resolver as diferenças por meio do diálogo e comunicação, de modo a trazer as relações entre os dois países de volta a um caminho de desenvolvimento saudável e estável, disseram.
Global Times