Nas recentes negociações bilaterais, a China propôs a inclusão do Brasil na Iniciativa Cinturão e Rota, um projeto global de infraestrutura. Paralelamente, o Brasil solicitou cooperação em alta tecnologia e a formação de uma aliança para combater a fome.
As discussões ocorrem em preparação para o encontro da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação) em Pequim na próxima semana.
Este ano marca o cinquentenário das relações diplomáticas entre os dois países, e em novembro, o líder chinês Xi Jinping realizará uma visita de Estado ao Brasil.
Os preparativos visam estabelecer compromissos concretos, incluindo o possível desenvolvimento de um corredor ferroviário até os portos do Oceano Pacífico.
O vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin liderará a delegação ao encontro, acompanhado de ministros como Rui Costa, da Casa Civil. A reunião prevê a participação de aproximadamente 200 empresários de ambos os países.
Na última semana, ocorreu um diálogo de três horas entre Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil, e Wang Yi, membro do Partido Comunista da China, para discutir as possibilidades de adesão à Iniciativa Cinturão e Rota e cooperação em tecnologia avançada.
Enquanto isso, a general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos EUA, visitou o Brasil criticando a iniciativa chinesa, alertando sobre possíveis riscos à soberania nacional. Em resposta, a porta-voz do ministério do exterior chinês, Mao Ning, defendeu os benefícios da iniciativa, que já inclui mais de 150 países.
Além da agenda econômica, o Brasil busca expandir o acesso ao mercado chinês para produtos como café e uva e promover a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será formalmente lançada na cúpula do G20.
A conclusão do encontro da Cosban está programada para ocorrer no Grande Salão do Povo em Pequim, com a presença do líder Xi Jinping, solidificando ainda mais os laços entre Brasil e China.
Com informações da Folha