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Argentina: governo Lula e PT presentes na Marcha das Madres de Mayo

Na Marcha das Madres da Plaza de Mayo, no dia da partida física de Nora Cortiñas, Madre fundadora que marchou contra a ditadura, durante a ditadura em busca de seu filho desaparecido pelo regime militar argentino. Camila Moreno, dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores, fez uma fala emocionada transmitindo a solidariedade do povo brasileiro ao […]

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Camila Moreno, dirigente nacional do PT, discursa junto as Madres da Plaza de Mayo. Nora Cortiñas, madre fundadora que faleceu no mesmo dia

Na Marcha das Madres da Plaza de Mayo, no dia da partida física de Nora Cortiñas, Madre fundadora que marchou contra a ditadura, durante a ditadura em busca de seu filho desaparecido pelo regime militar argentino.

Camila Moreno, dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores, fez uma fala emocionada transmitindo a solidariedade do povo brasileiro ao sofrimento e dor que os argentinos estão passando sob o governo de Milei. E com confiança afirmou que os argentinos, com seu espírito combativo e guiado pelas Madres, saberão, como no Brasil, superar este momento.

A ditadura militar da Argentina foi uma das mais brutais da América Latina com mais de 30 mil desaparecidos.

por Bruno Falci, correspondente do Portal O Cafezinho em Buenos Aires

“Boa tarde, companheiros e companheiras.
Primeiro, estou muito feliz e emocionada de estar aqui neste lugar histórico, neste lugar de resistência, neste lugar que o mundo todo sabe que é exemplo de história e resistência. Venho do Brasil e quero dividir com vocês, brevemente, o que passamos nos últimos dez anos no Brasil.

Enfrentamos um golpe político contra a presidenta Dilma, enfrentamos um golpe contra a democracia, enfrentamos a prisão injusta e sem provas presidente Lula, enfrentamos a eleição do fascista Bolsonaro. Mas, venho também para compartilhar a vitória depois de tanta derrota e de tanto sofrimento.

Enfrentamos uma pandemia e víamos corpos de brasileiros empilhados nas ruas e, agora, podemos reconstruir o Brasil com Lula eleito, porque fomos capazes de organizar mobilização e organizar resistência, de unificar nosso campo político com arte, com inteligência, com poesia, com literatura, com esta política, como esta que está sendo feitas aqui, de forma simbólica, de forma cotidiana, com as mulheres.

É por isso que venho dar esta saudação muito emocionada e dizer: venceremos. E deixar um forte abraço da nossa presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffman, e de nosso presidente Lula, que, novamente, pode fazer história no Brasil e reconstruir o nosso país, como, tenho certeza, também acontecerá com a Argentina. Estamos juntos.”

Camila Moreno, dirigente nacional do PT
Marcha 2407 das Madres da Plaza de Mayo, ano 48

O adeus a Nora Cortiñas, referência dos direitos humanos na Argentina

Nora Morales de Cortiñas, mais conhecida como Nora ou Norita Cortiñas, morreu nesta quinta-feira, 30 Ela esteve até o início deste mês na Plaza de Mayo – aquele lugar, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, onde comparecia desde maio de 1977.


Era militante e defensora dos direitos humanos argentinos, cofundadora das Madres de Plaza de Mayo e posteriormente da Madres de Plaza de Mayo – Línea Fundadora. Foi psicóloga social, professora da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires. Desde 1998 foi Chefe da Cátedra “Poder Económico e Direitos Humanos”.


Nora nasceu em Buenos Aires em 22 de março de 1930. Foi uma das cinco filhas de uma família espanhola que se estabeleceu no bairro de Monserrat. Ela conheceu Carlos Cortiñas ainda muito jovem. Ele pediu a mão dela quando ela tinha 18 anos e eles se casaram um ano depois. Em 1952 nasceu Carlos Gustavo, o primeiro filho da família. Ele, membro do Partido Justicialista e da organização Montoneros, foi preso e desapareceu em Castelar, província de Buenos Aires, em 15 de abril de 1977, quando trabalhava no Ministério da Economia da Nação.


As Mães da Praça de Maio ( Asociación Madres de la Plaza de Mayo) é uma associação argentina de mães que tiveram seus filhos assassinados ou desaparecidos durante o terrorismo de Estado da ditadura militar, que governou o país entre 1976 e 1983. Elas se organizaram tentando descobrir o que ocorreu com seus filhos e começaram a fazer passeatas em 1977 na Praça de Maio, em Buenos Aires, em frente a Casa Rosada, a sede do governo argentino, em desafio público ao terrorismo de Estado do governo, destinado a silenciar toda a oposição política.


Vestindo lenços de cabeça branca para simbolizar as fraldas de seus filhos perdidos, as mães marcharam em solidariedade para protestar contra as atrocidades cometidas pelo regime militar. Eles responsabilizaram o governo pelas violações de direitos humanos que eles cometeram durante o período em que estiveram no poder.


Nora Cortiñas fica eterna na memória do povo argentino que luta pela verdade e a justiça.

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