O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), anunciou por meio de redes sociais a iniciativa de terceirizar serviços administrativos em escolas públicas estaduais.
O projeto, denominado “Parceiro da Escola“, prevê a inclusão inicial de 200 unidades de ensino e será encaminhado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na próxima semana. Atualmente, o projeto já é implementado em duas escolas.
Ratinho Júnior defendeu a proposta, alegando que ela não representa uma privatização das escolas, mas sim uma “facilitação para o diretor“, que poderia focar mais na pedagogia ao invés de administrar questões burocráticas.
Segundo ele, os diretores, professores e pedagogos continuariam sendo funcionários públicos.
Entretanto, a APP Sindicato, representante dos trabalhadores em educação no Paraná, expressou forte oposição ao projeto.
A entidade e sua presidenta, Walkiria Mazeto, argumentam que a terceirização pode prejudicar a qualidade do ensino e a estabilidade dos profissionais, com possíveis demissões e perda de benefícios para os professores contratados sob regime CLT.
“Sozinho é mais fácil ser punido. Todos juntos, o estado não tem condição de punição. Ele não vai demitir 60 mil professores(as), não vai demitir 30 mil PSS, não vai demitir 15 mil funcionários(as) de escola”, declarou ela, segundo o portal Hora do Povo.
A proposta tem gerado debate acalorado, especialmente após uma tentativa fracassada em 2022 de privatizar 29 escolas no estado, que foi marcada por controvérsias e acusações de abuso de poder econômico.
Críticos, como o deputado Professor Lemos (PT), acusam o governador de tentar “entregar dinheiro público para a empresa fazer a gestão das escolas“, com um custo por aluno de R$ 800.
“Nós precisaremos nos desafiar nesse momento a enfrentar essa estratégia usada pelo estado contra nós. Não é possível que nós sejamos mais de 60 mil professores(as), mais de 15 mil funcionários(as), chegando a quase 80 mil trabalhadores(as) da educação, e possamos nos submeter a essa estratégia do medo”, afirmou o parlamentar.
Até o momento, o Ministério da Educação, comandado pelo ministro Camilo Santana (PT), não se pronunciou sobre o assunto.
Com informações da Hora do Povo