Um levantamento recente do Ministério do Trabalho revela que o número de jovens brasileiros entre 14 e 24 anos que não estudam, não trabalham e não procuram emprego aumentou significativamente no último ano.
O estudo, divulgado nesta terça-feira, mostra que a quantidade subiu de 4 milhões no primeiro trimestre de 2023 para 5,4 milhões no mesmo período de 2024.
O relatório detalha que 60% desse grupo são mulheres, muitas delas mães de filhos pequenos, e 68% são negros.
O aumento, segundo a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, reflete ainda os impactos da pandemia de Covid-19. Montagner destaca que o cuidado com a família é uma atividade valorizada socialmente, porém não incluída no mercado de trabalho.
Ela afirmou:
“Muitas mulheres ficaram um tempo fora do mercado na pandemia e encontraram outras alternativas. Muitas até anteciparam a gravidez. Elas cuidam de parentes, têm atividades que são socialmente valorizadas, mas não estão no mundo do trabalho”.
Os dados também apontam que os jovens desta faixa etária constituem 17% da população brasileira, com a maior concentração (39%) na região Sudeste, e metade desses no estado de São Paulo.
Além disso, a taxa de participação desses jovens no mercado de trabalho é de 50,5% em 2024, ainda abaixo do patamar de 52,7% registrado em 2019.
O estudo inclui ainda informações sobre o mercado informal. Em 2024, dos 14 milhões de jovens ocupados entre 14 e 24 anos, 45% estão na informalidade. A pesquisa aponta que a maioria dos empregos ocupados por esse grupo é de baixa qualificação ou remuneração.
Por outro lado, o número de aprendizes dobrou de 2011 a 2024, alcançando 602 mil jovens, 59% dos quais não concluíram o ensino médio. Quanto aos estagiários, houve um crescimento de 37% de 2023 para 2024, totalizando 877 mil, com mais da metade atuando em empresas privadas.
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