Os imperialistas, os senhores da guerra, os arautos do apocalipse, bem que tentaram.
Lideranças europeias ameaçaram Irakli Kobakhidze, primeiro ministro da Georgia, de todos os jeitos.
Chegaram até a mencionar o que aconteceu ao chanceler eslovaco, Robert Fico, vítima de um atentado por parte de um terrorista antirússia. O secretário de estado dos EUA, Anthony Blinken, anunciou suspensão de visto para todos os políticos do país que apoiassem a tal “lei russa”. Dirigentes políticos alemães chegaram a participar de protestos de rua na capital da Georgia, contra o governo, demonstrando uma total falta de noção sobre o significado de soberania e autodeterminação dos povos.
A lei não tem nada de russa. É uma lei que, inclusive, existe nos Estados Unidos de maneira ainda mais dura, e que exige que Ongs informem se recebem financiamento estrangeiro, caso este financiamento supere em 20% o seu orçamento total.
A histeria contra a lei foi um show de autoritarismo imperialista e colonizador, tanto da União Europeia quanto dos EUA.
A presidente do país, influenciada por essas pressões, anunciou um veto a lei aprovada democraticamente no parlamento. Mas o parlamento derrubou o veto. A lei segue aprovada. Vitória da soberania da Georgia, e, indiretamente, de todos os povos que insurgem contra o imperialismo.
E porque União Europeia e EUA se interessam pela Georgia? Porque ela faz fronteira com a Rússia, e havia o interesse de transformar o país numa segunda frente de ataque à Rússia, ou seja, em convertê-la numa segunda Ucrânia.
O primeiro ministro e seu partido, porém, percebeu a manobra, e não queria ver seu país destruído, como está sendo a Ucrânia, apenas para se tornar um peão geopolítico descartável em mãos dos EUA.
Abaixo, a notícia no portal Euronews (que tem viés imperialista, então dê um desconto).
Comitê do parlamento georgiano rejeita veto presidencial à ‘lei dos agentes estrangeiros’, provocando possibilidade de votação no legislativo completo.
Uma comissão do parlamento da Geórgia rejeitou, nesta segunda-feira, o veto presidencial à “lei dos agentes estrangeiros”, que tem gerado grandes protestos nas últimas semanas. Essa decisão abre caminho para uma votação no plenário na terça-feira para tentar anular o veto da presidente Salome Zourabichvili, que, junto com outros críticos, argumenta que a medida restringirá a liberdade de imprensa e dificultará as chances da Geórgia de ingressar na União Europeia.
A lei exige que meios de comunicação e organizações não governamentais que recebem mais de 20% de seu orçamento do exterior se registrem como “agentes de interesses estrangeiros”. Os opositores chamam a proposta de “lei russa” por se assemelhar a medidas implementadas pelo Kremlin.
Zourabichvili vetou a lei em 18 de maio, após ser aprovada no parlamento por deputados do partido governista Sonho Georgiano e seus aliados, que possuem votos suficientes para anular o veto. Grandes protestos têm ocorrido repetidamente na capital, Tbilisi, à medida que a medida avança no parlamento.
Presidente e primeiro-ministro trocam críticas
No domingo, Zourabichvili e o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze trocaram farpas durante discursos em uma cerimônia de comemoração do Dia da Independência da Geórgia.
“À medida que o espectro da Rússia paira sobre nós, a parceria e a aproximação com a Europa são o verdadeiro caminho para preservar e fortalecer nossa independência e paz. Aqueles que sabotam e minam esse caminho prejudicam o futuro pacífico e seguro do nosso país, impedindo o caminho para nos tornarmos um membro pleno do mundo livre e democrático,” disse Zourabichvili.
Kobakhidze criticou severamente Zourabichvili, afirmando: “Foi a unidade e os passos razoáveis do povo e de seu governo eleito que nos deram a oportunidade de manter a paz no país nos últimos dois anos, apesar de ameaças existenciais e múltiplas traições, incluindo a traição da presidente da Geórgia.”
Reações internacionais
A União Europeia afirmou que a adoção da lei “impacta negativamente o progresso da Geórgia no caminho para a UE”. Críticos acreditam que a Rússia pode estar por trás da medida para impedir a integração de Tbilisi com o Ocidente.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou na quinta-feira sanções de viagem contra autoridades georgianas “responsáveis por ou cúmplices na minação da democracia na Geórgia”. Blinken acrescentou: “Esperamos que os líderes da Geórgia reconsiderem o projeto de lei e tomem medidas para avançar nas aspirações democráticas e euro-atlânticas de sua nação.”
Com informações do Euronews