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Putin diz que Zelenskiy não tem legitimidade após término do mandato

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, não tem legitimidade após o término de seu mandato de cinco anos, e isso representaria um obstáculo legal caso Rússia e Ucrânia realizassem negociações de paz. Com a Ucrânia sob lei marcial no terceiro ano da invasão em grande escala da […]

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O presidente russo, Vladimir Putin, faz o juramento de posse durante sua cerimônia de posse no Kremlin, em Moscou, Rússia, em 7 de maio de 2024. Sputnik/Vyacheslav Prokofyev/Pool via REUTERS

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, não tem legitimidade após o término de seu mandato de cinco anos, e isso representaria um obstáculo legal caso Rússia e Ucrânia realizassem negociações de paz.

Com a Ucrânia sob lei marcial no terceiro ano da invasão em grande escala da Rússia, Zelenskiy não enfrentou eleições apesar do término de seu mandato de cinco anos nesta semana — algo que ele e os aliados da Ucrânia consideram a decisão correta em tempos de guerra.

Putin está pronto para interromper a guerra na Ucrânia com um cessar-fogo negociado que reconheça as linhas atuais do campo de batalha, informou a Reuters na sexta-feira, citando quatro fontes russas, mas está disposto a continuar lutando se Kyiv e o Ocidente não responderem.

Em uma conferência de imprensa televisionada durante uma visita à Bielorrússia, Putin disse que o status de Zelenskiy era problemático.

“Mas com quem negociar? Essa não é uma pergunta ociosa… Claro que percebemos que a legitimidade do atual chefe de estado acabou”, disse ele.

Autoridades ucranianas rejeitam qualquer noção de que Zelenskiy careça de legitimidade em tempos de guerra.

Ruslan Stefanchuk, presidente do parlamento da Ucrânia, disse nesta semana que qualquer pessoa que questionasse a legitimidade do presidente era um “inimigo da Ucrânia” espalhando informações falsas.

Putin afirmou que o Ocidente usaria uma conferência sobre a guerra, organizada pela Suíça e prevista para o próximo mês, para endossar a legitimidade de Zelenskiy, mas que esses seriam “passos de relações públicas” sem significado legal.

Ele disse que a paz deve ser alcançada através do bom senso, e não de ultimatos. Deveria ser baseada em rascunhos de documentos elaborados entre os dois lados nas primeiras semanas da guerra e nas “realidades atuais no terreno” — uma referência ao fato de que a Rússia controla quase 20% da Ucrânia.

“Se chegar a esse ponto, precisaremos, é claro, entender com quem devemos e podemos lidar, para chegar à assinatura de documentos juridicamente vinculativos. E então devemos estar totalmente certos de que estamos lidando com autoridades (ucranianas) legítimas”, disse Putin.

Putin ganhou um novo mandato de seis anos em março, em uma eleição rigidamente controlada que a oposição russa chamou de farsa. Dois candidatos anti-guerra foram impedidos de concorrer por motivos técnicos, e todas as principais figuras da oposição russa estão na prisão ou no exterior. O mais conhecido, Alexei Navalny, morreu em fevereiro em uma colônia penal no Ártico.

Os comentários de Putin provavelmente serão interpretados pela Ucrânia e seus aliados ocidentais como mais uma evidência de que ele não tem intenção real de entrar em negociações de paz, apesar de frequentemente declarar sua disposição para negociar.

CÚPULA DA PAZ

Zelenskiy, em seu discurso noturno em vídeo, não fez referência às observações do presidente russo, mas disse que Putin estava determinado a sabotar a cúpula da paz do próximo mês.

“Ele tem medo do que a cúpula pode produzir. O mundo é capaz de forçar a Rússia a fazer a paz e cumprir as normas internacionais de segurança”, disse Zelenskiy.

“Russia não tem nada para contrapor à maioria mundial. A cúpula da paz é uma fórmula que não permitirá mais a Putin mentir.”

A Rússia não foi convidada para a cúpula na Suíça e descartou o evento como insignificante sem sua participação.

Zelenskiy afirmou repetidamente que a paz nos termos de Putin é inaceitável. Ele prometeu retomar os territórios perdidos, incluindo a Crimeia, que a Rússia anexou em 2014. Em 2022, ele assinou um decreto que declarou formalmente “impossíveis” quaisquer negociações com Putin.

O chefe da Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, Kyrylo Budanov, alertou em fevereiro que a Rússia perseguiria uma campanha destinada a minar a legitimidade tanto de Zelenskiy quanto do sistema político da Ucrânia.

Via Reuters.

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