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Brasil e China apontam caminho de paz para a Ucrânia

China e Brasil instaram conjuntamente a solução política da crise na Ucrânia e a realização de negociações de paz com a participação da Rússia e da Ucrânia, o que mostra a visão dos países em desenvolvimento e fornece uma abordagem viável para resolver a crise em meio a novas ajudas de armas dos EUA e […]

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Wang Yi, membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e diretor do Escritório da Comissão de Assuntos Estrangeiros do Comitê Central do PCCh, realiza conversações com Celso Amorim, principal assessor do Presidente do Brasil, em Pequim, capital da China, em 23 de maio de 2024. Foto: Xinhua


China e Brasil instaram conjuntamente a solução política da crise na Ucrânia e a realização de negociações de paz com a participação da Rússia e da Ucrânia, o que mostra a visão dos países em desenvolvimento e fornece uma abordagem viável para resolver a crise em meio a novas ajudas de armas dos EUA e a “conferência de paz” convocada pelo Ocidente na Suíça, disseram analistas na sexta-feira.

Wang Yi, membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e diretor do Escritório da Comissão de Assuntos Estrangeiros do Comitê Central do PCCh, teve uma troca de opiniões aprofundada sobre o avanço da solução política da crise com o visitante Celso Amorim, principal assessor do Presidente do Brasil, em Pequim, na quinta-feira.

China e Brasil emitiram conjuntamente um consenso de seis pontos sobre seu entendimento comum da solução política da crise na Ucrânia na quinta-feira, apelando a todas as partes relevantes para observarem três princípios para a desescalada da situação – não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não provocação por qualquer parte – e afirmando que “o diálogo e a negociação são a única saída viável para a crise.”

China e Brasil apoiam uma conferência internacional de paz realizada em um momento apropriado que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igual de todas as partes, bem como discussão justa de todos os planos de paz, informou a Agência de Notícias Xinhua na quinta-feira.

As duas partes também concordaram que são necessários esforços para aumentar a assistência humanitária às regiões relevantes e evitar uma crise humanitária de maior escala; o uso de armas de destruição em massa, especialmente armas nucleares e armas químicas e biológicas, deve ser combatido; ataques a usinas nucleares e outras instalações nucleares pacíficas devem ser combatidos; e a divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados deve ser combatida.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse na coletiva de imprensa de rotina na sexta-feira que a crise na Ucrânia entrou em seu terceiro ano, com efeitos de transbordamento e alto risco de escalada. A comunidade internacional acredita que a tarefa mais urgente é desescalar a situação e criar condições para um cessar-fogo.

O consenso é proposto por China e Brasil, mas damos boas-vindas aos membros da comunidade internacional para apoiar e endossar os entendimentos comuns acima mencionados e, conjuntamente, desempenhar um papel construtivo na desescalada da situação e na promoção das negociações de paz, disse Wang Wenbin.

Li Haidong, professor da Universidade de Relações Exteriores da China, disse ao Global Times na sexta-feira que o consenso pode ser visto como um representante do Sul Global, ou roteiro dos países em desenvolvimento para uma saída do conflito prolongado.

Apesar dos apelos por paz e desescalada, os EUA “devem anunciar uma ajuda militar adicional de US$ 275 milhões para a Ucrânia na sexta-feira”, informou a Associated Press. Na segunda-feira, o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, comprometeu-se a manter o envio de armas dos EUA para a Ucrânia.

Analistas chineses notaram que as amplas sanções ocidentais contra a Rússia e o envio contínuo de armas para a Ucrânia não conseguiram derrotar a Rússia ou acabar com o conflito, o que demonstra que a abordagem dos EUA não funciona.

Quanto aos “entendimentos comuns” emitidos por China e Brasil, não é uma condenação unilateral de qualquer país, mas um apelo construtivo para desescalar a situação e buscar uma solução viável para ela, disse Li, acrescentando que o consenso também aborda como estabelecer uma estrutura de segurança mais equilibrada e sustentável para a Europa – participação igual e discussões justas.

Uma conferência de paz será realizada na Suíça em meados de junho. O Presidente dos EUA, Joe Biden, supostamente perderá a conferência porque conflita com um evento de arrecadação de fundos de campanha na Califórnia, que ele deve participar, informou a Bloomberg na quinta-feira.

O Presidente russo Vladimir Putin denunciou em 17 de maio a próxima conferência de paz sobre a Ucrânia como um meio de pressionar a Rússia. Putin criticou o fato de que a Rússia estava sendo constantemente repreendida por não comparecer, quando o país nem sequer foi convidado para a reunião.

Alguns meios de comunicação ocidentais também não estão otimistas quanto à conferência.

A China não confirmou se participará, mas Li disse que teme que a próxima conferência de paz seja um palco para tomar partidos e, se for assim, não resultará em nenhum resultado significativo, mas poderá até arriscar aumentar ainda mais as tensões.

Enquanto isso, China e Brasil, dois grandes países do Sul Global, estão coordenando para promover uma visão do Sul Global sobre a questão e defender uma ordem global mais equilibrada e justa, disse Li.

É encorajador ver que os países do “Sul Global” representados por China e Brasil alcançaram uma ascensão coletiva e promoveram uma estrutura de poder mundial mais equilibrada e razoável, disse Wang Wenbin.

Título original: China e Brasil propõem roteiro para resolver a crise na Ucrânia
Por Zhang Han, no Global Times
Publicado: 24 de maio de 2024

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