A Argentina está prestes a iniciar uma era significativa na mineração de lítio com o projeto ‘Centenario Ratones’ na província de Jujuy, projetado para transformar a indústria com uma capacidade de produção nunca antes vista.
A reserva, apelidada de ‘ouro branco’, é vista como crucial para atender às crescentes demandas por baterias de carros elétricos na Europa, esperando suprir 15% dessas necessidades.
A concessão atual para a operação deste depósito pertence à empresa francesa Aramet, que empregou tecnologias avançadas para otimizar a extração de lítio.
A planta piloto, implementada em 2020, demonstrou uma eficácia notável, alcançando 90% de eficiência na produção de carbonato de lítio.
A produção está programada para começar em julho, com reservas que prometem durar 40 anos, totalizando uma produção anual de 24.000 toneladas de carbonato de lítio.
Em 2021, a Aramet formou uma parceria com o conglomerado siderúrgico chinês Tsingsham para avançar no projeto, que agora avança para uma segunda fase.
Esta nova etapa pretende expandir a capacidade de produção para 75.000 toneladas anuais, após um investimento inicial de 1 bilhão de dólares.
A primeira leva de produção industrial da planta começou em novembro de 2023, com expectativas de exportação antes do fim de 2024, projetando inicialmente receitas de 74 milhões de dólares anuais, com previsões de aumento para 300 milhões até 2026.
Além da significativa contribuição econômica, o projeto visa incluir práticas sustentáveis, integrando energias renováveis, especialmente solar, junto a uma planta de fornecimento elétrico.
Este enfoque não apenas reforça a posição da Argentina como líder em mineração de lítio, mas também destaca o compromisso do país com práticas de mineração ambientalmente conscientes.
O lítio, extraído principalmente de salares através de um processo de decantação, é essencial para a fabricação de uma ampla gama de dispositivos tecnológicos e veículos elétricos.
O método é até quatro vezes mais econômico do que os processos utilizados em outros países como Austrália, Canadá e Portugal.
No entanto, a extração e gestão do lítio também apresentam desafios ambientais significativos, que incluem a gestão de resíduos e o uso sustentável dos recursos.
Atualmente, a Argentina é o segundo maior detentor de reservas de lítio, abrigando 20% das reservas globais.
Contudo, a infraestrutura insuficiente no noroeste do país e as políticas de austeridade governamentais têm sido apontadas como barreiras para o pleno aproveitamento desses recursos.
Além disso, a flutuação dos preços do lítio tem impactado a expansão dos projetos em desenvolvimento.
A concorrência internacional também é uma realidade, com a China e o Ocidente disputando o controle de mais de 60% das reservas mundiais de lítio, especialmente nas regiões do Triângulo do Lítio dos Andes.
A presença de empresas chinesas tem sido notável, especialmente a Ganfeng Lithium, que investiu significativamente na região e atualmente administra cinco operações de mineração em diferentes estágios de desenvolvimento na Argentina.
Com informações do Click Petroleo e Gás
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