A recém-nomeada presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assumiu o cargo com uma missão clara: viabilizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma área estratégica que ela defende com vigor.
Segundo a Folha de S. Paulo, Chambriard já solicitou ao presidente Lula (PT) que intervenha no processo, atualmente travado por questões ambientais.
Desde maio de 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) bloqueou a perfuração de um poço no bloco 59 da bacia da Margem Equatorial, uma decisão que se repetiu diversas vezes desde então.
A Petrobras, por sua vez, tem reiterado seus pedidos para prosseguir com a exploração, mas enfrenta exigências adicionais do Ibama, que ainda não emitiu um parecer definitivo.
Fontes internas da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia (MME), sob condição de anonimato, criticam o que consideram uma resistência desproporcional do Ibama, argumentando que o órgão estaria impondo barreiras desnecessárias ao andamento do projeto.
Por outro lado, defensores do meio ambiente sustentam que todas as decisões do Ibama são fundamentadas em laudos técnicos rigorosos e que as negativas resultam da incapacidade da Petrobras de demonstrar a viabilidade ambiental do projeto.
Chambriard é uma defensora de longa data da exploração na Margem Equatorial, tendo comandado o leilão do bloco 59 em 2013, quando a área foi adquirida pela britânica BP, e posteriormente repassada à Petrobras.
Em uma entrevista concedida em fevereiro, Chambriard expressou frustração com a demora no licenciamento ambiental, classificando-a como “frustrante” e alertando que isso poderia comprometer a capacidade da Petrobras de explorar novas fronteiras energéticas.
Chambriard apelou ao presidente Lula para que este intervenha, argumentando que cabe a ele definir as prioridades nacionais em nome do povo. Ela sublinhou que não defende um licenciamento “inconsequente”, mas alertou que a demora pode “condenar o Brasil à estagnação”.
Em um artigo publicado na revista Brasil Energia em 2023, ela criticou a interferência do MMA (Ministério do Meio Ambiente), afirmando que “o MMA não pode usurpar o poder de concessão da Presidência da República”.
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