O Tribunal Superior de Justiça de Londres autorizou nesta segunda-feira, 20, que Julian Assange, fundador do WikiLeaks, apresente recurso contra a extradição para os Estados Unidos.
Assange, que pode ser condenado a 175 anos de prisão nos EUA por vazar 700 mil documentos confidenciais desde 2010, enfrenta acusações relacionadas às atividades militares e diplomáticas americanas no Iraque e Afeganistão.
A decisão ocorreu após juízes britânicos solicitarem mais informações ao governo norte-americano sobre o caso. A defesa de Assange agora deve apresentar o recurso para evitar a extradição e buscar julgamento no Reino Unido. Este recurso é a última oportunidade de Assange para evitar ser enviado aos EUA.
Detalhes dos Vazamentos
Entre os materiais vazados, um vídeo mostrava soldados americanos executando 18 civis de um helicóptero no Iraque.
Outros documentos revelavam assassinatos de civis, incluindo jornalistas, e abusos cometidos por autoridades dos EUA e outros países.
Oficiais americanos afirmaram que os vazamentos colocavam vidas em risco ao revelar identidades de cooperadores militares no Oriente Médio.
Em 2019, o Departamento de Justiça dos EUA classificou os vazamentos do WikiLeaks como “um dos maiores vazamentos de informações confidenciais na história dos Estados Unidos”.
Declarações no Tribunal
O advogado de Assange, Edward Fitzgerald, defendeu que seu cliente está sendo processado por práticas jornalísticas comuns de obter e publicar informações confidenciais de interesse público.
Clair Dobbin, advogada representando os EUA, argumentou que Assange publicou nomes de pessoas que atuaram como fontes de informação para os Estados Unidos.
Histórico de Decisões Judiciais
Em janeiro de 2021, um tribunal britânico rejeitou inicialmente o pedido de extradição dos EUA. No entanto, a apelação americana levou a Justiça britânica a anular essa decisão em dezembro de 2021. Em 2022, um novo pedido de extradição foi negado devido ao risco de Assange cometer suicídio.
Situação Atual
Julian Assange está preso na Inglaterra desde 2019, após passar sete anos na embaixada do Equador em Londres. Ele buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que foram posteriormente retiradas.
Antes do julgamento, a esposa de Assange, Stella Assange, alertou sobre o estado de saúde frágil do fundador do WikiLeaks, afirmando que sua vida corre perigo a cada dia que permanece na prisão e que ele morrerá se for extraditado.
Com informações da Reuters
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