Ferrovia São Paulo – Campinas inaugura nova era dos trens no Brasil

Trem de alta velocidade em Seul

Com TIC, Campinas voltará a ter trem de passageiros após quase três décadas

As ferrovias foram um importante vetor de crescimento e desenvolvimento econômico da região entre os séculos 19 e 20.

O Trem Intercidades (TIC) que ligará Campinas à capital paulista marcará o retorno do trem de passageiros à região após 28 anos. O projeto de Parceria Público-Privada prevê um trem expresso de média velocidade, além do Trem Intermetropolitano (TIM) que conectará Jundiaí a Campinas, passando por Louveira, Vinhedo e Valinhos, e a requalificação da Linha 7-Rubi, atualmente gerida pela CPTM. O consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos venceu o leilão de concessão do projeto, realizado em 29 de fevereiro.

A Estação Central de Campinas, um símbolo histórico, recebeu a última viagem de trem de passageiros em 2001, e se transformou em um equipamento cultural no ano seguinte. O TIM, conhecido como “trem parador”, deverá estar pronto em 2029, enquanto o TIC começará a operar em 2031.

Atualmente, a população de Campinas pode matar a saudade do transporte ferroviário apenas através do passeio turístico de Maria Fumaça aos sábados, até Jaguariúna. Muitos guardam boas recordações do serviço de passageiros, como Orlando Clemente, maquinista aposentado que trabalhou em várias ferrovias do interior paulista. Clemente começou a carreira aos 14 anos e se aposentou em 1994, expressando um profundo carinho pelo trabalho ferroviário.

A volta do trem de passageiros resgata um símbolo da região, desenvolvida economicamente a partir das ferrovias para o transporte do café entre os séculos 19 e 20. Além do transporte de carga, os trens foram o principal meio de locomoção da população local por décadas. Cristina de Campos, pesquisadora do Instituto de Geociências da Unicamp, destaca a importância das oficinas de produção e manutenção de equipamentos em cidades como Jundiaí e Campinas, que ganharam dinamismo econômico.

Carlos Alberto Bandeira Guimarães, professor aposentado da Unicamp, vê a oportunidade de retorno das ferrovias como uma competição viável com o transporte rodoviário, dada a demanda existente por transporte coletivo entre a capital e Campinas.

Eduardo Romero de Oliveira, professor da Unesp, acredita que o TIC pode desempenhar um papel similar ao da CPTM, conectando áreas metropolitanas e oferecendo uma opção de transporte mais sustentável em comparação com ônibus e veículos particulares. Romero destaca a importância dessa conexão para a região de Campinas.

Orlando Clemente, o maquinista aposentado, está ansioso para ver novamente o ambiente fervilhante das estações de trem, lembrando que “a turma ama o trem!”

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