Quatro meios de comunicação estatais russos serão adicionados à lista negra da União Europeia, enquanto outras medidas para o 14º pacote de sanções contra Moscovo ainda estão nas fases iniciais de discussão após uma reunião de embaixadores da UE na última quarta-feira (15).
“Quatro redes de propaganda ligadas ao Kremlin [foram] adicionadas à lista de sanções: Voice of Europe, RIA Novosti, Izvestija e Rossiyskaya Gazeta”, disse a Comissária para Valores e Transparência, Vera Jourova.
Os meios de comunicação, acordados em princípio pelos embaixadores da UE, incluem meios de comunicação online e jornais.
Embora os enviados da UE ainda não tenham especificado as medidas que serão aplicadas aos meios de comunicação, os meios de comunicação russos sancionados por propaganda, como o Sputnik e a RT, em rondas anteriores perderam direitos de transmissão dentro do bloco.
Em resposta, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, alertou que os jornalistas ocidentais podem ser alvo de retaliação às futuras sanções.
“Quero lembrar a todos os cabeças-quentes de Bruxelas que há dezenas de jornalistas de países da UE que vivem muito bem e confortavelmente na Rússia”, alertou Zakharova .
“Se tais medidas forem adotadas contra jornalistas e meios de comunicação russos pela UE ou por países individuais (…) responderemos imediata e muito dolorosamente contra os ocidentais”, acrescentou.
A medida setorial faria parte do próximo pacote de 14 sanções da UE, que os diplomatas da UE esperam selar antes do final de junho, antes que a Hungria assuma a presidência rotativa do Conselho da UE.
Sanções setoriais “ainda não existem”
No início deste mês, a Comissão Europeia propôs medidas contra a indústria russa de gás natural liquefeito (GNL) e visando empresas de transporte marítimo que ajudam a Rússia a escapar a um embargo petrolífero existente na UE, de acordo com uma proposta anterior vista pela Euractiv.
Embora não proibissem diretamente as importações de GNL russo para o bloco, iriam impedir que as empresas que transportam os países da UE reexportassem o GNL russo depois de o receberem.
Diplomatas da UE disseram que, em vez de uma proibição geral, os estados membros da UE poderiam potencialmente apoiar a ideia de impor restrições a três projectos russos de GNL e à reexportação de GNL russo a partir de portos da UE (principalmente França, Espanha e Bélgica).
Além disso, a França e os Países Baixos deram um impulso com uma proposta conjunta, vista pela Euractiv, para sancionar qualquer instituição financeira mundial que ajude a máquina de guerra militar da Rússia a pagar por bens ou tecnologia para fabricar equipamento militar.
De acordo com diplomatas da UE, tal proibição seria uma “ferramenta poderosa” para combater a evasão das medidas restritivas da UE em países terceiros, uma vez que teria impacto na sua posição nos mercados financeiros.
Contudo, tal medida teria de ser coordenada com outros parceiros, especialmente os EUA, que detém significativamente mais poder de mercado do que a Europa.
Via Alexandra Brzozowski | Euractiv