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Esquerda mexicana se prepara para fazer sucessor de López Obrador

O presidente Andrés Manuel López Obrador foi eleito em 2018 para um mandato de seis anos, sem possibilidade de reeleição, conforme a constituição mexicana. Durante seu governo, ele tem mantido uma maioria no parlamento e desfrutado de um apoio significativo da opinião pública. As pesquisas mostram uma vantagem considerável para a candidata oficialista Claudia Sheinbaum, […]

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O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, fala durante a celebração de cinco anos de sua vitória nas eleições presidenciais de 2018, no Zócalo, em 1º de julho de 2023, na Cidade do México, México. (Héitor Vivas/Getty Images)

O presidente Andrés Manuel López Obrador foi eleito em 2018 para um mandato de seis anos, sem possibilidade de reeleição, conforme a constituição mexicana. Durante seu governo, ele tem mantido uma maioria no parlamento e desfrutado de um apoio significativo da opinião pública. As pesquisas mostram uma vantagem considerável para a candidata oficialista Claudia Sheinbaum, cerca de 20 pontos à frente de seus concorrentes.

A coalizão formada pelo PRI e PAN não conseguiu convencer o minoritário Movimiento Ciudadano a desistir de suas aspirações presidenciais e emprestar sua força de voto para Xóchitl Gálvez, com o objetivo de combater Claudia Sheinbaum.

A campanha presidencial no México avança com as forças políticas aparentemente imutáveis. A candidata oficialista está a cerca de 20 pontos à frente nas pesquisas mais favoráveis. Faltando duas semanas para as eleições, a coalizão opositora, que reúne partidos tradicionais de diversas ideologias (PAN, PRI e PRD), tentou agregar o terceiro candidato na disputa para unificar forças contra Sheinbaum, a sucessora de López Obrador. No entanto, Jorge Álvarez Máynez, do Movimiento Ciudadano, recusou essa proposta e continuará a candidatura de forma independente, sendo acusado de trair o México.

Desde o início da contenda eleitoral, uma oposição desarticulada sabia que precisava de todas as forças políticas para contrapor o ímpeto do partido governista, que parece levar sua candidata em uma trajetória segura para a presidência. Tentaram atrair o partido minoritário que se apresenta como a terceira via para os insatisfeitos com as formações antigas e o partido governante. Mesmo com o apoio do Movimiento Ciudadano, as chances ainda seriam difíceis, mas era a única opção. Nesta semana, o líder do PRI, Alejandro Moreno, ofereceu renunciar à liderança de seu partido e à sua candidatura ao Senado para que Máynez desistisse de sua candidatura presidencial e apoiasse a candidata da coalizão opositora, Xóchitl Gálvez, com toda sua propaganda política, incluindo nove milhões de espaços publicitários. A proposta terminou em troca de insultos entre as partes. Moreno acusou Máynez de “não ter coragem” para tomar a decisão que “o México precisa”, ao que Máynez respondeu que Moreno “confunde testosterona com coragem”.

Máynez, de 38 anos, cujo partido se apresenta como uma opção nova diante da “velha e corrupta política mexicana”, desafiou os outros partidos da oposição a renunciarem a seus líderes e candidaturas ao Senado para considerar a possibilidade de união. Quando Moreno aceitou a proposta em uma conferência de imprensa solene, justificando a decisão pelo bem do México, o líder do PAN, Marko Cortés, permaneceu em silêncio.

No início, Máynez parecia encurralado, pois a sugestão de sua renúncia veio de suas próprias fileiras. Luis Donaldo Colosio, filho do candidato presidencial homônimo assassinado em 1994, sugeriu que Máynez desistisse em favor de Xóchitl Gálvez. Colosio tem grande autoridade moral herdada de seu pai e é um dos políticos mais bem avaliados nas pesquisas. Apesar disso, ele mesmo renunciou a se candidatar às eleições de 2 de junho pelo Movimiento Ciudadano. A oferta do PRI no dia seguinte permitiu a Máynez responder com ironia e ataques ao partido, seu líder e toda a oposição. O candidato, que mal atinge 7% nas pesquisas, ganhou popularidade nos últimos dias.

Neste domingo, o último debate presidencial, precedido por uma grande concentração de toda a oposição (exceto o Movimiento Ciudadano) em frente ao Palácio Nacional, contará novamente com três candidatos: Sheinbaum, Gálvez e Máynez. A população de 18 a 45 anos representa metade do eleitorado e 14 milhões de jovens votarão pela primeira vez. O Movimiento Ciudadano aposta todas as suas fichas nesse grupo, com uma campanha focada em encontros do candidato com estudantes em universidades por todo o país. Esta estratégia permite mover o voto jovem e aparecer cercado de pessoas, algo que não consegue facilmente nas ruas. É o partido que mais utiliza tecnologias modernas para alcançar os eleitores mais jovens. Uma canção de campanha tornou-se viral nas últimas semanas, atingindo os primeiros lugares no Spotify e no YouTube.

Com isso, o Movimiento Ciudadano ainda enfrenta críticas por lutar sozinho por um propósito presidencial inalcançável, tirando votos da oposição e favorecendo o partido governante. Uma aliança com o PRI e o PAN seria um suicídio político, pois o partido apostou sua estratégia em se apresentar como a nova formação contra os partidos tradicionais, marcados pela corrupção. A aliança agora poderia trair seus seguidores. Embora não vá ganhar a presidência, o partido ainda tem a chance de conquistar alguns governos estaduais ou municipais, além de assentos no congresso que os manterão ativos na política mexicana para aspirar a posições mais altas no futuro.

Com informações do El País.

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