O Banco Mundial revisou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina em 2024, passando de uma alta de 2,8% para uma queda de igualmente 2,8%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10) no relatório semestral da instituição para a América Latina e Caribe. Em uma entrevista coletiva virtual, William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a região, explicou que a revisão para 2024 foi motivada principalmente pelos cortes de gastos implementados pelo presidente Javier Milei.
Maloney destacou que esses cortes são uma “precondição para a dolarização” da economia argentina proposta por Milei. “A dolarização não pode ser feita sem fundamentos fiscais”, disse Maloney, acrescentando que os cortes “estão na direção correta” para a dolarização da economia.
Maloney também apontou que a revisão da projeção de crescimento da Argentina foi a principal razão para a revisão da estimativa de expansão para a América Latina e Caribe em 2024, que passou de 2% para 1,6%. O economista-chefe reconheceu que os cortes de despesas têm impactos negativos significativos sobre a população mais pobre, e o Banco Mundial está colaborando com o governo argentino para tornar mais eficientes as políticas públicas voltadas para alimentação, saúde e segurança.
Enquanto isso, o Ministério da Fazenda do Brasil revisou para cima suas projeções tanto para o crescimento da economia quanto para a inflação em 2024. Segundo a nova edição do Boletim MacroFiscal, divulgada nesta quinta-feira (16), a nova expectativa oficial para o crescimento do PIB em 2024 é de 2,5%, uma revisão em relação aos 2,2% projetados em março. A projeção é superior à do mercado financeiro, que estima um avanço de 2,09% na economia para este ano. A expectativa para o crescimento da economia no primeiro trimestre foi reajustada de 0,7% para 0,8%.
A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi elevada de 3,5% para 3,7% até o término do ano. Para 2025, a expectativa para o crescimento do PIB foi mantida em 2,8%, enquanto o aumento do IPCA foi ajustado de 3,2% para 3,3%.
O secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, destacou que o cenário externo mais adverso, especialmente em relação ao futuro dos juros e dos preços, entrou com maior força no radar da economia doméstica nos últimos meses. Mello observou que a resiliência da atividade global e as mudanças nas expectativas de juros e inflação nos EUA influenciaram as projeções.
As melhorias nos números do PIB brasileiro refletem o forte desempenho dos setores de serviço e varejo, além da melhora nas condições de crédito, com juros mais baixos e um aumento no volume de concessões de crédito.
Comparação Brasil vs. Argentina
Enquanto o Brasil revisa suas projeções de crescimento para cima, com uma expectativa de 2,5% para 2024, a Argentina enfrenta uma perspectiva de contração de 2,8% no mesmo ano. As políticas de austeridade na Argentina, necessárias para estabilizar a economia e preparar para uma possível dolarização, contrastam com o cenário mais otimista do Brasil, onde setores como serviços e varejo estão impulsionando o crescimento econômico.
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