Lula se recusa participar de cúpula de paz sem participação da Rússia

A partir da esquerda: o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente chinês Xi Jinping, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov (representando o presidente Vladimir Putin) tiram uma foto de grupo na 15ª Cúpula do BRICS realizada em Joanesburgo, África do Sul, em 23 de agosto de 2023. Foto: Xinhua

Lula decide não comparecer à “Cúpula da Paz” sobre a Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por não participar da Cúpula da Paz sobre a Ucrânia, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de junho na Suíça.

O convite para Lula participar do evento foi feito pessoalmente pelo chanceler suíço, Ignacio Cassis, durante um encontro com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, em 30 de abril. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também havia convidado Lula para a cúpula em uma entrevista realizada em abril.

Tanto o governo suíço quanto o ucraniano estão empenhados em assegurar a presença de líderes importantes do Sul Global, que inclui grandes nações em desenvolvimento. Esse grupo tem demonstrado reservas quanto às sanções ocidentais impostas à Rússia devido à guerra.

Zelensky tem procurado estreitar laços com presidentes da América Latina, África e Ásia, embora o principal apoio à Ucrânia continue vindo dos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e outras nações ricas. Como um dos principais líderes do Sul Global, Lula foi alvo de intenso esforço diplomático por parte dos suíços.

Uma fonte próxima ao ministro Mauro Vieira revelou que o chanceler suíço insistiu bastante na presença de Lula na cúpula, reconhecendo a importância e a influência do Brasil entre as nações em desenvolvimento.

Entre os países convidados estão China, África do Sul e várias outras nações. A Rússia, entretanto, foi excluída do evento.

Lula e Vieira se reuniram recentemente e decidiram que a delegação brasileira na cúpula não será liderada pelo presidente. Ainda não foi definido quem representará o Brasil.

Na visão de Lula e do Itamaraty, não faz sentido a participação do presidente brasileiro em uma cúpula que não inclua ambos os lados do conflito. A diplomacia brasileira sempre defendeu a necessidade de negociações para a paz, mas não vê lógica em um encontro que exclua os russos.

O Brasil já votou várias vezes na Assembleia Geral da ONU condenando a invasão russa e defendendo a integridade territorial da Ucrânia, embora não tenha apoiado as sanções contra o Kremlin. Lula também fez várias declarações controversas sobre o conflito, incluindo uma na qual afirmou que o governo de Kiev também tinha responsabilidade pela guerra, e outra em que sugeriu que o apoio ocidental aos ucranianos estava prolongando o conflito.

A Suíça informou que mais de 50 países já confirmaram presença na cúpula, mas não divulgou quantos chefes de Estado estarão presentes.

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