A Microsoft está pedindo a alguns de seus funcionários baseados na China que considerem se transferir para fora do país, informou a empresa na quinta-feira, enquanto as relações sino-americanas se desgastam em meio a uma corrida por tecnologia de ponta.
Washington tem tentado limitar o acesso de Pequim a chips avançados usados em aplicações de IA, argumentando que eles podem ser usados para fortalecer o exército do país, gerando tensões que pressionam as empresas americanas operando na China.
A Microsoft está pedindo que cerca de 700 a 800 pessoas envolvidas em aprendizado de máquina e outros trabalhos relacionados à computação em nuvem considerem a mudança, de acordo com o Wall Street Journal, que foi o primeiro a noticiar a informação.
“Oferecer oportunidades internas é uma parte regular da gestão de nossos negócios globais. Como parte desse processo, compartilhamos uma oportunidade interna opcional de transferência com um subconjunto de funcionários,” disse um porta-voz da Microsoft em um comunicado por e-mail, sem especificar o número de funcionários aos quais o pedido foi enviado.
A Microsoft continua comprometida com a China e continuará operando lá e em outros mercados, disse o porta-voz.
A fabricante do Windows está entre as empresas americanas com maior presença na China. Ela entrou no mercado em 1992 e opera um grande centro de pesquisa e desenvolvimento no país.
Os funcionários, em sua maioria engenheiros de nacionalidade chinesa, receberam no início da semana a opção de se transferir para os EUA, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia, informou o WSJ, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
A mudança ocorre dias após o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, aumentar as tarifas sobre várias importações chinesas, incluindo baterias de veículos elétricos, chips de computador e produtos médicos.
A Reuters informou no início deste mês que o Departamento de Comércio dos EUA está considerando uma nova regulamentação para restringir a exportação de modelos de IA proprietários ou de código fechado, cujo software e os dados em que são treinados são mantidos sob sigilo.
Reportagem de Kanjyik Ghosh, Surbhi Misra e Akash Sriram em Bengaluru e Fanny Potkin; Edição de Nivedita Bhattacharjee
Para Reuters