O número de pessoas que vivem em situação de deslocamento interno disparou para um recorde de 75,9 milhões no ano passado, informou um novo relatório apoiado pela ONU na terça-feira.
O ano também registou quase 47 milhões de novos deslocamentos internos, destacando a necessidade urgente de esforços de proteção e prevenção, de acordo com a Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações (OIM), que forneceu dados para o relatório.
“Enquanto o planeta enfrenta conflitos e desastres, os números surpreendentes de 47 milhões de novos deslocamentos internos contam uma história angustiante”, disse o vice-diretor-geral da OIM, Ugochi Daniels.
“Este relatório é um lembrete claro da necessidade urgente e coordenada de expandir a redução do risco de desastres, apoiar a construção da paz, garantir a proteção dos direitos humanos e, sempre que possível, prevenir o deslocamento antes que ele aconteça ”, acrescentou.
Mais de 9,5 milhões de deslocados no Sudão e Gaza
O relatório citou o conflito e a violência como os principais responsáveis pelo deslocamento, desenraizando cerca de 20,5 milhões de pessoas em 2023.
Quase 30 por cento destes ocorreram no Sudão, enquanto a Faixa de Gaza foi responsável por 17 por cento, ou 3,4 milhões, nos últimos três meses do ano.
Os desastres naturais também continuaram a expulsar milhões de pessoas das suas casas.
Em 2023, catástrofes como o ciclone Freddy no sudeste de África, os terremotos na Turquia e na Síria e o ciclone Mocha no Oceano Índico provocaram 26,4 milhões de deslocamentos, representando 56 por cento do total de novas deslocações internas.
Notavelmente, houve um aumento induzido por catástrofes em países de rendimento elevado, realçado pela época de incêndios florestais sem precedentes no Canadá, que causou 185.000 deslocamentos internos.
Tendência preocupante
Olhando para o futuro, espera-se que o número de pessoas deslocadas por catástrofes aumente à medida que os riscos naturais se tornam mais frequentes, prolongados e intensos devido aos impactos das alterações climáticas.
Apesar destes desafios significativos, também existem lacunas de conhecimento persistentes.
A OIM sublinhou a necessidade da comunidade internacional dispor de melhores dados para compreender, prevenir, gerir e abordar o deslocamento interno tanto em contextos de conflito como de catástrofe.
Publicado originalmente pelo Notícias da ONU em 14/05/2024
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