Os socialistas espanhóis emergiram como o partido mais votado nas eleições catalãs deste domingo, desafiando a governação separatista de mais de uma década na rica região nordeste da Espanha.
Liderados localmente por Salvador Illa, conquistaram 42 assentos na câmara de 135, enquanto os partidos separatistas Junts e Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
O conservador Partido Popular, principal partido da oposição espanhola, também teve um aumento significativo, passando de três para 15 assentos desde a última votação em 2021. No entanto, a participação eleitoral foi notavelmente baixa, atingindo apenas 58%.
Este resultado coloca em questão a continuidade da governação separatista na Catalunha, que liderou um referendo de independência ilegal em 2017, desencadeando uma das maiores crises institucionais da Espanha em décadas.
A vitória dos socialistas também pode ser vista como um respaldo à política do primeiro-ministro Pedro Sanchez de buscar uma normalização das relações com a Catalunha, incluindo a emissão de indultos e uma controversa amnistia para os envolvidos na campanha pela independência.
Apesar da vitória dos socialistas, nenhum partido obteve maioria absoluta, o que pode levar a negociações complexas para formar um governo. Os partidos separatistas, somados, não possuem os 68 assentos necessários para formar uma coligação governamental.
Os socialistas terão que buscar um acordo, provavelmente com o ERC, mas até agora os separatistas têm rejeitado qualquer possibilidade de apoio ao partido no poder nacional.
Diante deste cenário, Illa poderá explorar alianças pouco convencionais, inclusive com partidos de extrema-esquerda e direita. No entanto, líderes separatistas já sinalizaram sua disposição de se opor ao governo liderado pelos socialistas.
Independentemente do desfecho das negociações, analistas políticos destacam a queda do sentimento separatista catalão como o principal destaque desta eleição. O movimento pró-independência parece ter perdido sua força de mobilização e convencimento, refletindo uma nova dinâmica política na região.
Com informações da Reuters
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