O governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, encerrou a transmissão do canal multiestatal Telesur pela Televisão Digital Aberta (TDA).
A decisão foi comunicada à emissora pelo interventor Diego Chaher na última sexta-feira, 3, segundo o jornal La Nación. O contrato será rescindido a partir de 1º de julho.
Em comunicado assinado por Chaher, responsável pelas auditorias de várias emissoras públicas, como Educ.ar, Télam e Rádio e Televisão Argentina, foi informado que a rescisão se baseia no artigo 2.2. do Acordo de Colaboração assinado em 20 de novembro de 2020.
A Telesur divulgou uma nota nesta segunda-feira, 6, classificando a medida como um “grave atentado ao direito à informação“, alegando que a decisão limita o acesso a vozes dissidentes e restringe a pluralidade de informações.
A emissora afirmou ainda que a rescisão “representa um preocupante retrocesso” e que a emissora já havia enfrentado pressões similares durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri, atualmente um dos principais aliados de Milei.
A Telesur, fundada em 2005 como uma iniciativa dos ex-presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Fidel Castro (Cuba), busca difundir perspectivas alternativas às dos grandes conglomerados de mídia.
Com sede em Caracas e filiais em Quito, seu objetivo é fornecer conteúdo sobre os povos do Sul Global.
O cancelamento da transmissão do Telesur é mais uma ação do governo Milei contra a mídia, que já anunciou o fechamento da Télam, agência pública de notícias.
A emissora afirmou que continuará transmitindo conteúdo em várias línguas e plataformas, conectando povos na defesa do “direito à informação como pilar de sociedades mais livres e justas.”
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