A prefeitura de São Paulo está sob investigação devido a uma licitação de R$ 19 milhões para a compra de armadilhas contra o mosquito da dengue, que podem ter envolvido conflitos de interesse.
A investigação, conforme reportagem da Agência Pública, revelou que todas as três empresas concorrentes têm ligações com o empresário Marco Bertussi, que é próximo ao prefeito Ricardo Nunes, do MDB.
Um levantamento também feito pela Agência Pública identificou que tanto a empresa vencedora, Biovec, quanto a TN Santos e a Biolive Proteção Ambiental, têm conexões diretas ou indiretas com Bertussi.
Biovec e TN Santos são diretamente associadas a Bertussi, enquanto a Biolive, apesar de estar registrada em nome de Luiz Henrique Faria Martins, também está vinculada a Christiano di Maio, sócio de Bertussi em outras empresas.
Di Maio e Bertussi compartilham interesses empresariais nas duas empresas que concorreram diretamente na licitação, levantando suspeitas sobre a imparcialidade do processo.
O Ministério Público de São Paulo investiga a possibilidade de superfaturamento nas armadilhas, cujo custo poderia ter sido inferior a R$ 10 cada, muito abaixo dos R$ 400 pagos pelo município.
O caso ganha ainda mais relevância à luz dos antecedentes, onde uma das empresas fez uma doação significativa de armadilhas à prefeitura que mais tarde conduziu à licitação sob a gestão de Nunes. Esse contexto levanta preocupações sobre os princípios da moralidade e transparência nas contratações públicas.
O Ministério Público recebeu pedidos para ampliar as investigações para incluir também as relações entre Nunes e Bertussi. Enquanto isso, problemas com a manutenção das armadilhas foram reportados, indicando que podem estar se tornando criadouros do mosquito, exacerbando o problema que pretendiam combater.
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