Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam um aumento significativo no rendimento médio mensal real domiciliar per capita e na massa de rendimentos no Brasil em 2023, alcançando recordes desde o início da série histórica em 2012.
O rendimento médio mensal per capita avançou 11,5%, chegando a R$ 1.848, enquanto a massa de rendimentos cresceu 12,2%, totalizando aproximadamente R$ 398,3 bilhões.
Particularmente notável foi o crescimento de quase 40% no rendimento entre os 5% mais pobres, impulsionado pelo programa Bolsa Família, que foi ampliado no último ano. Apesar desses avanços, a renda média per capita para este grupo permaneceu em R$ 126 mensais.
O Bolsa Família também contribuiu para a estabilização da desigualdade de renda no país, mantendo o índice de Gini do rendimento domiciliar per capita em 0,518, o menor valor da série histórica.
Gustavo Geaquinto, analista do IBGE responsável pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – Todos os rendimentos 2023, afirmou que, embora a desigualdade no mercado de trabalho tenha aumentado, os avanços nos programas sociais ajudaram a manter a estabilidade do indicador.
O mercado de trabalho em 2023 viu um aumento de 4 milhões de pessoas ocupadas e reajustes reais no salário mínimo, beneficiando também as aposentadorias.
O valor do Bolsa Família, anteriormente conhecido como Auxílio Brasil, foi reajustado para R$ 600 em 2022 e continuou em 2023 com aumentos conforme a composição familiar.
Apesar dos ganhos, as disparidades de renda continuam marcantes no Brasil.
Em 2023, o rendimento médio das pessoas do grupo do 1% mais ricos (R$ 20.664, em média) era 39,2 vezes maior que o dos 40% mais pobres (R$ 527).
Adicionalmente, a renda média mensal per capita ainda reflete desigualdades regionais significativas, com o Distrito Federal registrando o maior valor, R$ 3.215, em contraste com R$ 969 no Maranhão.