A medida, que tem apoio bipartidário do Senado, dá à controladora chinesa do TikTok um ano para se desfazer da popular plataforma de vídeo ou ser bloqueada.
A Câmara aprovou um projeto de lei bipartidário 360-58 no sábado que impõe novas sanções ao Irã e à Rússia – e pode levar à proibição do TikTok nos EUA
Escondida no projeto de lei de sanções de 184 páginas está uma disposição que força a controladora chinesa da TikTok, ByteDance, a vender sua participação na popular plataforma de vídeo para uma entidade sediada nos EUA dentro de um ano ou enfrentará uma proibição. Especificamente, dá à ByteDance nove meses para desinvestir e dá ao presidente a opção de prorrogar por três meses.
Os legisladores de ambos os partidos levantaram questões de segurança nacional e privacidade de dados com o TikTok. Os defensores do aplicativo de mídia social questionaram a constitucionalidade de restringir os direitos dos americanos à liberdade de expressão.
No mês passado, a Câmara aprovou por esmagadora maioria um projeto de lei independente que visa potencialmente bloquear o TikTok nos EUA, mas não parecia ter votos para ser aprovado no Senado. Desta vez parece diferente, em parte porque a disposição do TikTok agora faz parte de um projeto de lei muito mais amplo e com mais apoio. Além disso, o projeto anterior da Câmara deu à ByteDance seis meses para desinvestir, e pelo menos um importante senador democrata que se opôs a esse projeto concorda com a nova proposta devido ao prazo estendido para o desinvestimento.
“Estou muito feliz que o presidente da Câmara [Mike] Johnson e os líderes da Câmara incorporaram minha recomendação de estender o período de desinvestimento da Byte Dance de seis meses para um ano”, disse a senadora Maria Cantwell (D-Wash.), presidente do Comitê do Senado sobre Comércio, Ciência e Transporte, disse em um comunicado na quarta-feira.
“Como eu disse, é necessário estender o período de desinvestimento para garantir que haja tempo suficiente para que um novo comprador conclua um negócio”, disse Cantwell. “Eu apoio esta legislação atualizada.”
A questão dividiu 2.024 candidatos presidenciais. O presidente Joe Biden já disse que assinaria uma legislação visando o TikTok se o Congresso aprovasse. Donald Trump, o presumível candidato presidencial republicano, deu uma reviravolta , primeiro dizendo que apoiaria a proibição e, mais recentemente, dizendo que não importa, que apoia o aplicativo de mídia social.
Em um tweet de sexta-feira , a TikTok chamou de “lamentável” que os legisladores estejam ameaçando proibir seus serviços nos EUA e alertou que isso poderia prejudicar a economia dos EUA.
“É lamentável que a Câmara dos Representantes esteja a usar a cobertura de importante assistência externa e humanitária para mais uma vez obstruir uma lei de proibição que atropelaria os direitos de liberdade de expressão de 170 milhões de americanos, devastaria 7 milhões de empresas e fecharia uma plataforma que contribui US$ 24 bilhões para a economia dos EUA, anualmente”, tuitou a empresa.
Reportagem de Jennifer Bendery, do Huffpost.