FUP cobra urgência da Petrobrás na reabertura de fábrica de fertilizantes no Paraná

REPRODUÇÃO

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) cobra da Petrobrás urgência na reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), fechada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O objetivo é reduzir a dependência de importações e retomar a presença da Petrobrás na produção nacional, conforme o programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e compromisso declarado pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, assim que tomou posse no cargo.

A expectativa dos petroleiros é que a retomada de operação da Fafen-PR seja aprovada nesta quarta-feira, 17, quando a  diretoria executiva da Petrobrás se reúne para deliberar sobre o tema. 

Segundo o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a reabertura da fábrica tem que ocorrer juntamente com a recontratação de trabalhadores.

Com o fechamento da unidade, cerca de mil empregados perderam seus postos de trabalho, sendo 400 empregados diretos e 600 indiretos. Bacelar participou na segunda-feira, 15, de audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o assunto.

Fechada em março de 2020, a Fafen-PR, que operava desde 1982 e entrou no plano de desinvestimento da Petrobrás em 2019, era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e de 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas.

Ou seja, a “hibernação” da Fafen-PR fez com que o país deixasse de produzir por dia 2 mil toneladas de ureia e 1.300 toneladas de amônia, utilizados na fabricação de fertilizantes.

A reabertura da fábrica está incluída no plano estratégico 2024-2028 da Petrobrás e no Plano Nacional de Fertilizantes.

“Não conseguimos entender a demora em retomar a unidade. O Brasil é um grande produtor agrícola, precisa diminuir a dependência sobre a importação de fertilizantes nitrogenados”, destaca o coordenador-geral da FUP.

“Mais do que ser importante para a economia, com geração de emprego e renda da região, a reabertura da Fafen-PR tem relação com a segurança alimentar da população”, afirma ele.

O Brasil é atualmente o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e importa 85% do que utiliza. Segundo estimativa da FUP, a reabertura da Fafen-PR, a retomada das Fafens Bahia e Sergipe e a conclusão das obras da Fafen-MS podem reduzir para 35% as importações do insumo agrícola. 

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