O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), interrompeu o julgamento relacionado à abertura de um processo administrativo disciplinar (PAD) envolvendo o ex-juiz e atual senador Sergio Moro e outros magistrados, no contexto das investigações sobre possíveis abusos na Operação Lava Jato.
Os outros envolvidos incluem a juíza Gabriela Hardt, o juiz Danilo Pereira Júnior e os desembargadores Thompson Flores e Loraci Flores de Lima.
Barroso também votou pela revogação dos afastamentos determinados pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, criticando a ação como “ilegítima, arbitrária e desnecessária“. Ele destacou que a decisão do corregedor contrariava uma decisão prévia do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o julgamento, Salomão defendeu a abertura do PAD contra os magistrados citados, fundamentando sua posição no extenso material composto por 1.160 páginas de correição, 146 páginas de relatório e 26 horas de gravações de depoimentos, incluindo o de Hardt.
No entanto, Barroso argumentou que o volume e a complexidade dos documentos exigiam uma análise mais aprofundada, impossível de ser realizada em tão curto prazo.
Com a decisão de suspender o julgamento, o CNJ deve agora deliberar sobre a manutenção ou não dos afastamentos anteriormente decretados.