Neste sábado, 13, a tensão no Oriente Médio foi ampliada após ataques do Irã contra Israel. Em uma entrevista concedida a Jamil Chade, do UOL, o ex-chanceler brasileiro e atual assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, discutiu a situação e seus possíveis desdobramentos.
Amorim descreveu os ataques iranianos como “gestos” de resposta ao bombardeio israelense contra o consulado iraniano em Damasco, que resultou na morte de um alto oficial da Guarda Revolucionária Iraniana.
Amorim expressou a complexidade em identificar os iniciadores dos conflitos na região, mas reconheceu que, neste caso, o Irã estava reagindo ao ataque israelense. “O Irã queria fazer um gesto”, avaliou.
O diplomata mencionou que, apesar dos drones e mísseis iranianos não terem atingido seus alvos, a principal incerteza reside na resposta que Israel irá oferecer.
“Por sorte ou por qualquer outro motivo, os drones e mísseis não atingiram seus alvos”, lembrou o ex-chanceler, “mas a questão é como o governo de Israel vai responder”, completou.
O ex-chanceler também comentou que, até o momento, não há previsões para reuniões emergenciais do G20 ou Brics, apesar das medidas já estarem sendo consideradas pelo G7 e pelo Conselho de Segurança da ONU.
Ele alertou para o risco de uma escalada ainda maior do conflito, que poderia desestabilizar ainda mais a região.