Na noite desta quarta-feira (10), a Câmara dos Deputados deve votar a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, preso sob a acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
Ao lado do deputado, estão os principais partidos do centrão que defendem revogar a prisão do deputado para mandarem um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo eles, não deveria haver prisão em flagrante, uma vez que o crime ocorreu há 6 anos. Acontece que, nesse caso, o flagrante é em relação à obstrução de justiça e indícios de fuga, fatos que foram sustentados pelo relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação envolvendo o duplo assassinato.
Além disso, a ideia de que a revogação da prisão seria um recado e uma forma de os deputados não abrirem um precedente para que eles próprios fossem presos também não faz muito sentido.
Em 2015, o senador Delcídio do Amaral foi preso pela Polícia Federal (PF) por tentar dificultar a delação premiada de Nestor Cerveró, ex-executivo da Petrobras. Logo, obstrução de justiça.
Acontece que políticos do centrão, ouvidos pela coluna, alegam que na ocasião, o Senado errou em manter a prisão de Delcídio e que agora eles estariam “corrigindo” o erro. O que faz com que alguns membros da base governista questionem se há segundas intenções nessa movimentação.
Chiquinho, assim como seu irmão Domingos Brazão, foi preso em 24 de março deste ano, por ordem do STF.
Embora o governo estivesse seguro de que a manutenção da prisão fosse garantida na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), o que acabou se confirmando, o governo não tem tanta confiança assim sobre como será a votação no plenário da casa.
Embora ninguém afirme que a revogação da prisão seja uma certeza, também não é certo que a prisão será mantida.