A Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, emitiu uma advertência à China nesta segunda-feira (8), declarando que Washington não tolerará a deterioração de novas indústrias devido a importações chinesas excessivas.
O aviso foi feito ao final de quatro dias de reuniões com o objetivo de pressionar Pequim a conter seu excesso de capacidade industrial.
Durante sua segunda viagem em nove meses para suavizar as tensões entre as duas maiores economias do mundo, Yellen expressou preocupação com o aumento das exportações chinesas de veículos elétricos, baterias, painéis solares e outros produtos de energia verde.
Yellen ressaltou que o apoio estatal na China tem impulsionado sua capacidade de produção além da demanda doméstica, o que ameaça empregos nos Estados Unidos e em outras regiões, fazendo uma alusão à experiência passada do setor de aço dos EUA.
“Ao inundar o mercado global com produtos artificialmente baratos, a viabilidade de empresas americanas e estrangeiras é colocada em questão”, disse Yellen aos repórteres.
Embora Yellen não tenha ameaçado com tarifas ou medidas específicas contra as importações chinesas, enfatizou que o presidente Biden e ela não aceitarão a repetição dessa situação.
Yellen também destacou que as preocupações dos EUA com o excesso de capacidade industrial são compartilhadas por aliados na Europa, Japão, México, Filipinas e outros mercados emergentes.
Durante suas reuniões com autoridades chinesas, Yellen sugeriu que uma solução a curto prazo seria a China fortalecer a demanda do consumidor e mudar seu modelo de crescimento.
Por sua vez, autoridades chinesas argumentam que o foco recente dos Estados Unidos e da Europa nos riscos do excesso de capacidade da China é equivocado, subestimando a inovação das empresas chinesas em setores-chave.
Pequim também alertou contra tarifas ou restrições comerciais, argumentando que isso prejudicaria os consumidores globais em busca de alternativas de energia verde, essenciais para cumprir os objetivos climáticos globais.
Em meio às tensões, o Ministro do Comércio da China, Wang Wentao, rejeitou as afirmações dos EUA e da Europa sobre o excesso de capacidade de veículos elétricos, destacando a dependência das empresas chinesas na inovação tecnológica e na competição de mercado.
Com informações da Reuters