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Gigante nuclear russa defende parcerias com o Brasil no setor

Confira a Entrevista especial de um executivo russo que chegou no Brasil há nove anos, mas que já está com traços verde e amarelo, torcendo pelo Fluminense, sentindo-se do Rio de Janeiro, já até falando gírias e com o famoso “chiado” carioca em seu português quase sem sotaque: Ivan Dybov. Ele preside no Brasil e na […]

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Agência Brasil

Confira a Entrevista especial de um executivo russo que chegou no Brasil há nove anos, mas que já está com traços verde e amarelo, torcendo pelo Fluminense, sentindo-se do Rio de Janeiro, já até falando gírias e com o famoso “chiado” carioca em seu português quase sem sotaque: Ivan Dybov. Ele preside no Brasil e na América Latina a maior empresa russa ligada ao setor nuclear: a gigante Rosatom. Quem não acompanha o setor nuclear de perto, conhece pouco a integração dela com a infraestrutura em nosso país. Hoje, a Rosatom trabalha com a Eletronuclear e as nossas usinas, fornecendo combustíveis nucleares; é a maior fornecedora de radiofármacos usados na medicina nuclear em nosso país; fornece equipamentos para o reator IPR-R1 do Centro de Pesquisas Nucleares de Belo Horizonte para modernização e monitoramento do fluxo de nêutrons; e ainda tem outros grandes projetos em andamento, como a fibra de carbono e as famosas impressoras 3D.

Ivan Dybov.

Ele defende que o Brasil possa desenvolver projetos na área de medicina nuclear e no aumento de toda sua capacidade nuclear: “A Rosatom tem muito a oferecer aos parceiros em cada uma destas áreas, sendo a única empresa no mundo que possui competências em toda a cadeia tecnológica do ciclo de combustível nuclear”, diz. Além disso, ele projeta novas atividades propostas este ano: “Estamos promovendo diversos equipamentos e outros produtos médicos produzidos e tecnologias de ponta, como fibra de carbono e impressoras 3D”.Vamos então conhecer juntos todo o potencial dessa grande empresa russa e a sua importância no desenvolvimento dos projetos no Brasil. Com a palavra, Ivan Dybov:

– Quais são os principais projetos que a Rosatom já tem no Brasil?

– O ano de 2023 representou um período de sucesso para nós no desenvolvimento da cooperação com o Brasil em diversas áreas. Iniciamos o fornecimento de produtos e serviços do ciclo do combustível nuclear sob contratos de longo prazo, celebrados pela Rosatom em 2022 e 2023 após licitações abertas. Sob esses contratos, a Corporação Estatal suprirá 100% das necessidades da Central nuclear Almirante Álvaro Alberto (Angra) de urânio enriquecido no período de 2023 a 2027. Isso estabelece uma base sólida para expandir a cooperação na área da energia nuclear.

Além disso, continuamos a fornecer isótopos para as necessidades de saúde do Brasil. No final de 2023, as exportações de produtos isotópicos da Rosatom aumentaram 15%, inclusive devido ao fornecimento a países latino-americanos. Em particular, em 2023, a Rosatom celebrou um contrato de cinco anos com o Brasil para o fornecimento de produtos médicos.

Além disso, em 2023, fornecemos equipamentos para o reator de pesquisa IPR-R1 do Centro de Pesquisas Nucleares de Belo Horizonte. O equipamento foi fornecido e instalado mediante contrato com a estatal brasileira Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) para modernização de equipamentos de monitoramento de fluxo de nêutrons.

Adicionalmente, em 2023, a Rosatom venceu uma licitação da Eletronuclear para o fornecimento de mais de 100 kg de hidróxido de lítio-7 destinado ao uso no sistema de refrigeração dos reatores de ambas as unidades de energia em operação da Usina Nuclear de Angra. Em 2023, fizemos os primeiros embarques de isótopos de lítio no âmbito deste contrato, e também fornecemos isótopos de zinco para uso industrial no âmbito de um contrato celebrado em 2022.

– Que sugestões você gostaria de passar para o governo ou para o mercado do Brasil com o objetivo de melhorar as condições de negócios no setor nuclear do país?

– Atualmente, observamos um crescente interesse do governo do Brasil no desenvolvimento da energia nuclear. Em particular, em 2023, a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares – ABDAN sediou em Brasília o evento “Nuclear Legacy”, que foi realizado em um nível muito alto com a participação de representantes do governo, incluindo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a ministrada Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Marco Antônio Amaro dos Santos, os deputados Júlio Lopes e Aureo Ribeiro, entre outras autoridades. Este nível de participação elevado demonstra o interesse do país no desenvolvimento da energia nuclear.

Representantes do governo do Brasil têm afirmado repetidamente a necessidade de implementar projetos específicos na área do ciclo de combustível nuclear, da medicina nuclear e da construção de novas capacidades nucleares.

A Rosatom tem muito a oferecer aos parceiros em cada uma destas áreas, sendo a única empresa no mundo que possui competências em toda a cadeia tecnológica do ciclo de combustível nuclear e em todas as áreas de aplicação de tecnologias nucleares não só energéticas, mas também não energéticas.

Uma das áreas mais promissoras para o desenvolvimento de parceria com o Brasil é a medicina nuclear, na qual já temos uma cooperação bem estabelecida; mesmo durante a pandemia, conseguimos garantir o fornecimento de produtos isotópicos, cumprindo os acordos celebrados.

– Este ano haverá novos eventos internacionais na área nuclear aqui no Brasil. Como o senhor vê este ano para os negócios da Rosatom?

– Vemos potencial para desenvolver a cooperação no setor nuclear, formando parcerias com empresas públicas e privadas no Brasil para estabelecer a produção de radiofármacos de última geração, de acordo com os padrões GMP (Sistema de Boas Práticas de Fabricação). A implementação de tal projeto garantirá o fornecimento ininterrupto de radiofármacos tradicionais e avançados aos pacientes no Brasil e ampliará a gama de serviços prestados em medicina nuclear no país.

Outro tema relevante para o Brasil é a criação de capacidades para a esterilização de insumos médicos por meio de tratamento de radiação. Estamos buscando parceiros privados para implementar conjuntamente tal projeto.

Além disso, estamos promovendo diversos equipamentos e outros produtos médicos produzidos pelas empresas da Rosatom e tecnologias de ponta, como fibra de carbono e impressoras 3D.

Publicado pelo Petronotícias

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