JERUSALÉM (Reuters) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que Israel não concordaria com um cessar-fogo após seis meses de guerra contra o Hamas em Gaza até que os reféns mantidos em Gaza sejam libertados.
Seus comentários feitos no início de uma reunião semanal de gabinete ocorreram no momento em que uma nova rodada de negociações de trégua no Egito está prestes a começar.
Netanyahu disse que, apesar da crescente pressão internacional, Israel não cederia às exigências “extremos” dos governantes islâmicos de Gaza, o Hamas, que desencadeou a guerra em 7 de outubro com o seu ataque mortal ao sul de Israel.
Biden diz estar “indignado e desolado” com Israel
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu uma declaração condenando duramente Israel após o ataque a trabalhadores humanitários em Gaza, declarando-se “indignado” e “desolado”. No comunicado, Biden faz severas críticas a Israel, alegando que o país não tem feito o suficiente para proteger os trabalhadores de ajuda humanitária e os civis em Gaza.
A nota oficial do presidente, emitida em 2 de abril de 2024, expressa indignação e consternação com a morte de sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen em Gaza, incluindo um cidadão americano. Eles estavam fornecendo alimentos para civis famintos em meio a um conflito armado.
Confira a nota:
“Israel prometeu conduzir uma investigação minuciosa sobre o motivo pelo qual os veículos dos trabalhadores de ajuda humanitária foram atingidos por ataques aéreos”, disse Biden. “Essa investigação precisa ser rápida, deve trazer responsabilização e seus resultados devem ser divulgados ao público.”
O presidente americano ressaltou que este não se trata de um incidente isolado, destacando a gravidade do conflito em termos da quantidade de trabalhadores humanitários mortos. Ele criticou diretamente Israel por não proteger de maneira adequada esses trabalhadores e os civis, e reiterou que o país precisa fazer mais para facilitar a ajuda humanitária.
Biden também informou que os Estados Unidos têm pressionado repetidamente Israel para desvincular suas operações militares contra o Hamas das operações humanitárias, a fim de evitar baixas civis. Ele prometeu que seu país continuará fazendo tudo o que for possível para fornecer assistência humanitária aos civis palestinos em Gaza.
O presidente dos EUA reafirmou seu compromisso em pressionar Israel a facilitar o fornecimento de ajuda e disse que seu governo está trabalhando arduamente para um cessar-fogo imediato como parte de um acordo de reféns. Ele mencionou que uma equipe americana está atualmente em Cairo trabalhando nesta questão.
Na mesma nota, Biden também compartilhou que conversou com o fundador da World Central Kitchen, o Chef José Andrés, para expressar suas mais profundas condolências pela morte dos trabalhadores humanitários.
“Muito angustiante! Que Deus abençoe os trabalhadores humanitários mortos ontem e conforte suas famílias e entes queridos em seu luto”, concluiu Biden em seu comunicado, marcando um dos momentos de maior tensão nas relações entre Estados Unidos e Israel.