Ziraldo, renomado desenhista, escritor e um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, faleceu aos 91 anos. Criador de icônicos personagens como “O Menino Maluquinho” e a “Turma do Pererê”, Ziraldo morreu dormindo em sua casa, no Rio de Janeiro.
Seu legado inclui também trabalhos como chargista, caricaturista e jornalista, marcando sua presença na luta contra a ditadura militar no Brasil. Sua morte foi confirmada pela família neste sábado.
Ziraldo Alves Pinto, nascido em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, MG, cresceu em uma grande família e desde cedo mostrou talento para o desenho. Seu nome é uma junção dos nomes de seus pais, Zizinha e Geraldo. Um leitor ávido desde a infância, Ziraldo teve seu primeiro desenho publicado em um jornal local aos seis anos, marcando o início precoce de uma carreira brilhante nas artes visuais e na literatura.
Ziraldo começou sua carreira no jornalismo na Folha da Manhã (hoje Folha de S.Paulo) em 1954, destacando-se com uma coluna de humor. Tornou-se nacionalmente conhecido após trabalhar na revista O Cruzeiro e, mais tarde, no Jornal do Brasil. Seus personagens, como Jeremias, o Bom; a Supermãe; e o Mirinho, cativaram o público.
Em 1960, criou a Turma do Pererê, a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor e totalmente a cores. Apesar do sucesso inicial, a publicação foi interrompida em 1964 com o advento do regime militar. Nesse mesmo ano, Ziraldo recebeu importantes prêmios internacionais de humor.
Cinco anos após sua chegada ao cenário jornalístico, Ziraldo co-fundou “O Pasquim”, um semanário que viria a se destacar por sua postura crítica à ditadura militar, utilizando-se de humor ácido e personagens memoráveis.
No dia seguinte à promulgação do AI-5 em 13 de dezembro de 1968, Ziraldo foi preso em sua residência e encaminhado ao Forte de Copacabana.
Em 1969, lançou seu primeiro livro infantil, “FLICTS”, marcando o início de sua jornada na literatura infantojuvenil. Dez anos mais tarde, dedicou-se totalmente a esse gênero. Em 1980, publicou “O Menino Maluquinho”, obra que se tornaria um dos maiores sucessos editoriais do Brasil, aclamado pela crítica e público.
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