Governo Lula quer convidar Putin para o G20

ALEXEY DRUZHININ / AFP

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil planeja convidar o presidente Vladimir Putin da Rússia para que ele participe da próxima Cúpula do G20, que reunirá as maiores economias do mundo no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.

No entanto, a presença de Putin é considerada pouco provável devido a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em março de 2023, acusando-o de cometer um suposto crime de guerra durante o conflito na Ucrânia.

O Brasil estenderia o convite a Putin seguindo a formalidade diplomática usual, uma prática comum entre países ao liderarem organizações internacionais. Esse procedimento foi observado anteriormente pela Índia durante sua liderança no G20 e pela África do Sul enquanto presidia o grupo dos Brics, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

Governo fez documento que permite presença do russo

No texto, o governo do Brasil evita mencionar explicitamente o nome de Putin, porém alude a circunstâncias que espelham a condição presente do líder russo, conforme reportado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo a Folha de S.Paulo, o documento em questão foi apresentado em novembro de 2023 à Comissão de Direito Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU).

Teoricamente, o Brasil tem a obrigação de deter Putin se ele entrar em seu território, visto que o país é um dos signatários do Estatuto de Roma, o tratado que estabeleceu o Tribunal Penal Internacional em Haia.

O “incômodo”

Antes da emissão do mandado de prisão internacional contra Putin, em 14 de março, embaixadores de alguns países escandinavos já antecipavam desconforto com a possível ida do líder do Kremlin à reunião do G20 em novembro.

Odd Magne Ruud, embaixador da Noruega em Brasília, expressou que a participação de Putin representaria um “grande problema”, especialmente para os países do G7: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

Naquele momento, Karin Wallensteen, embaixadora sueca, declarou sua confiança no Brasil como “uma nação que respeita o direito internacional”. “Acreditamos que seja um aliado”, afirmou ela.

Os diplomatas da Finlândia, Noruega, Dinamarca e Suécia consideram que a abordagem do Brasil em manter laços com a Rússia não é a ideal. Esses países são defensores da soberania da Ucrânia.

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