Governo Lula quer turbinar os investimentos na Agricultura para baratear o preço da comida

RICARDO STUCKERT/PR

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, destacou em entrevista ao Globo Rural a necessidade de turbinar o orçamento da área para enfrentar a alta nos preços dos alimentos, tema que preocupa o governo e tem impacto na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Geller, não há uma solução rápida para baratear os preços, mas o reforço financeiro pode ajudar a conter a escalada dos preços.

A proposta do Ministério é aumentar em R$ 10 bilhões o orçamento destinado à comercialização e equalização de juros, visando incentivar o plantio de culturas como arroz, feijão, milho e trigo, e aumentar a oferta de alimentos no mercado nacional.

Geller ressaltou que esse investimento é crucial para a economia do país e que a decisão para reforçar o caixa da política agrícola depende de vontade política.

Atualmente, o orçamento destinado aos mecanismos de comercialização no Ministério da Agricultura é de R$ 757,1 milhões, enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) possui R$ 292,6 milhões para a formação de estoques públicos por Aquisições do Governo Federal (AGF).

Para a equalização de juros, o governo reservou R$ 1 bilhão para custeios e R$ 3,4 bilhões para investimentos, sob gestão do Tesouro Nacional.

Geller ressaltou a importância de um trabalho conjunto com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para garantir a suplementação orçamentária no Congresso, incluindo a destinação de parte dos quase R$ 60 bilhões de emendas impositivas para a rubrica da comercialização agrícola.

O secretário também destacou a necessidade de impulsionar os contratos de opção, operacionalizados pela Conab, como forma de sinalizar preços mínimos atrativos ao mercado e garantir a renda ao produtor. Essa medida, segundo ele, é crucial para balizar o mercado agrícola para frente.

Desde 2013, foram realizadas 339 operações de contratos de opções pela Conab, com destaque para o milho como produto comercializado através desse mecanismo.

Entretanto, Geller afirmou que é necessário reforçar o orçamento da PGPM para implementar essa ferramenta de maneira eficaz, medida que está sendo analisada pelo governo.

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