O rumor que chocou a comunidade internacional sobre quarenta “bebês decapitados” encontrados em um kibutz israelense, em meio ao conflito entre Israel e o Hamas, foi finalmente desmentido pelo renomado jornal francês Le Monde. A história, trágica e horripilante, circulou amplamente nas redes sociais e na mídia global em outubro de 2023, após o ataque do Hamas a Israel, que resultou em cerca de 1.160 vítimas.
Imagens e relatos do massacre inundaram a mídia global, e dentre numerosos relatos de mortes, roubos e mutilações, a informação sobre quarenta bebês decapitados encontrados em Kfar Aza, um dos kibutz mais afetados, ganhou destaque. A história viralizou a ponto de ser citada na Casa Branca. No entanto, conforme confirmou o escritório de imprensa do governo israelense ao Le Monde, em meio à trágica realidade do massacre, onde trinta e oito menores, incluindo dois bebês, foram mortos, nunca houve quarenta bebês decapitados, nem em Kfar Aza nem em qualquer outro kibutz.
Então, como essa notícia falsa surgiu? E poderia ela ser comparada ao caso das incubadoras no Kuwait, uma história totalmente fabricada sobre bebês sequestrados e assassinados que foi usada em parte para justificar a Primeira Guerra do Golfo? A investigação do Le Monde revela que o rumor surgiu de maneira orgânica, derivada de um mix de emoção, confusão e exagero macabro.
No dia 10 de outubro, três dias após o ataque do Hamas, o exército convidou dezenas de jornalistas e correspondentes estrangeiros, incluindo um do Le Monde, para visitar o kibutz Kfar Aza, onde os terroristas do Hamas mataram mais de sessenta civis. O objetivo era expor à imprensa internacional o nível de horror presenciado. Na confusão e no caos gerado pelo ataque, a informação falsa sobre os “bebês decapitados” começou a circular.
Embora a verdade tenha sido finalmente revelada, o caso serve de alerta para o papel crucial dos meios de comunicação e das redes sociais na disseminação de notícias falsas em tempos de conflito. O rumor, que teve um impacto significativo na percepção global do conflito, também lança luz sobre a necessidade de verificação e precisão no relato de eventos sensíveis e potencialmente inflamáveis.
Fonte: Le Monde