Nesta segunda-feira, 1, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) deu início ao processo que pode levar à cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
O julgamento, que tem previsão de se estender até o dia 8 de abril, aborda acusações de abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022, que culminou na eleição de Moro.
As denúncias foram apresentadas pela coligação Federação Brasil da Esperança, que inclui os partidos PCdoB, PV, PT e pelo PL.
O Ministério Público (MP) sustenta que Moro se beneficiou de recursos e exposição significativa em diferentes partidos e candidaturas, resultando em vantagens indevidas sobre outros candidatos.
Entre as principais questões levantadas, estão gastos não declarados relacionados à cerimônia de filiação ao Podemos, considerados pela acusação como parte dos investimentos na pré-campanha, de acordo com informações do Conjur.
Outro ponto de controvérsia é a alegação de caixa dois, envolvendo a contratação de um escritório de advocacia vinculado a Luis Felipe Cunha, primeiro suplente de Moro, financiado pelo União Brasil no valor de R$ 1 milhão.
O ex-juiz, inicialmente cotado para concorrer à Presidência pelo Podemos, optou por disputar uma cadeira de deputado federal por São Paulo, antes de finalmente concorrer ao Senado pelo Paraná.
O julgamento ocorre em um contexto de isolamento político e declínio na popularidade de Moro, refletido em pesquisas de opinião e nas redes sociais.
Uma pesquisa da AtlasIntel revelou que Moro é atualmente o político com a maior taxa de rejeição no Brasil, com 65% dos entrevistados expressando uma visão negativa do ex-ministro, que enfrenta críticas por sua atuação como juiz e posteriormente como ministro de Jair Bolsonaro (PL).
O declínio de sua popularidade é evidente também no Instagram, onde Moro tem experimentado uma perda significativa de seguidores desde dezembro.