Depois de matar pelo menos 3,6 milhões de pessoas em sua chamada Guerra ao Terror, as Forças Armadas dos EUA estão se reagrupando para combater adversários capazes de criar resistência.
Em um artigo intitulado “Preparando-se para uma guerra na China, os fuzileiros navais estão reformulando como vão lutar”, a jornalista Ellen Nakashima reflete despreocupadamente sobre a perspectiva de lutar contra um país de 1,4 bilhão de pessoas armado com armas nucleares. A notícia publicada no The Washington Post, detalha os esforços do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA para se adaptar ao que ela parece acreditar ser um conflito inevitável e desejável com a China.
“Os fuzileiros navais estão se esforçando para se adaptar a uma luta naval que poderia ocorrer em milhares de quilômetros de ilhas e linhas costeiras na Ásia”, escreve Nakashima, admitindo que o serviço armado dedicou os últimos 20 anos a combater forças inferiores no Oriente Médio. “Em vez de lançar ataques anfíbios tradicionais […] os grupos ágeis são destinados a capacitar uma força conjunta maior.”
“Seu papel é coletar informações e dados de alvos e compartilhá-los rapidamente – bem como, ocasionalmente, afundar navios com mísseis de médio alcance”, detalha o artigo, “para ajudar a Marinha e a Força Aérea do Pacífico a repelir uma agressão contra os Estados Unidos, aliados e parceiros como Taiwan, Japão e Filipinas.”
O país que ela imagina lançar essa agressão não tem passado por conflitos armados desde 1979, enquanto os Estados Unidos mobilizaram suas forças militares quase 400 vezes durante sua curta história.
“Os novos regimentos são concebidos como parte de uma estratégia mais ampla para sincronizar as operações de soldados, marinheiros, fuzileiros navais e aviadores dos EUA e, por sua vez, com os militares aliados e parceiros no Pacífico”, acrescenta o artigo. “Seu foco será um trecho crucial do território que vai do Japão à Indonésia, conhecido como a primeira cadeia de ilhas. A China vê essa região, que abrange uma área de cerca de metade do tamanho dos Estados Unidos, como [uma zona] de sua esfera de influência.”
A lógica da autora sugere que a China precisa entender que suas águas costeiras não são sua própria preocupação, mas dos Estados Unidos.
“A China não só tem o maior Exército, Marinha e Força Aérea da região, mas também a vantagem de jogar em casa”, escreve Nakashima, aparentemente confiando que os Estados Unidos poderão atacar a China sem sofrer retaliação em suas próprias áreas costeiras. “Taiwan, um parceiro próximo dos EUA, está mais diretamente na mira.”
Publicado originalmente pela Sputnik Brasil em 30/03/2024 – 12h00