Um estudo recente conduzido pelo Instituto Fome Zero, utilizando dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, identificou uma redução expressiva no número de brasileiros enfrentando insegurança alimentar.
De acordo com a pesquisa, entre o quarto trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023, o total de pessoas vivendo em insegurança alimentar moderada ou grave caiu de 65 milhões para 45 milhões.
Aqueles em situação de insegurança alimentar grave, caracterizada pela ausência de alimentação por um ou mais dias, diminuíram de 28 milhões para 20 milhões.
O instituto destaca um aumento real de 11,7% na massa de rendimentos do trabalho como um dos principais fatores para a melhoria, marcando o maior crescimento desde a implementação do Plano Real.
Além disso, a recomposição do programa Bolsa Família e a menor aceleração dos preços dos alimentos contribuíram para este avanço.
Outros aspectos importantes incluem o impacto dos gastos bilionários e seus efeitos multiplicadores realizados tanto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua campanha pela reeleição, quanto por medidas adotadas durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, como a PEC da Transição, que injetou R$ 145 bilhões na economia.
A melhoria no mercado de trabalho e o aumento real do salário mínimo também foram fatores cruciais para a redução da insegurança alimentar no país.
José Graziano, diretor-geral do Instituto Fome Zero, salienta que os resultados da pesquisa são preliminares, mas indicam uma melhoria significativa na situação alimentar dos brasileiros.
A pesquisa ainda aponta para uma possível tendência de estabilização dos preços dos alimentos, embora alerte para a necessidade de cautela ao interpretar os resultados de 2023 como o início de uma nova tendência de longo prazo na deflação de alimentos.
Com informações da Folha