O relatório final da Polícia Federal sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido há seis anos, destaca uma série de falhas na investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Essas deficiências são apontadas como responsáveis pela não identificação dos mandantes do crime.
De acordo com a PF, a atuação da Polícia Civil, sob a liderança do então chefe Rivaldo Barbosa, é criticada por supostamente facilitar a obstrução da investigação para que os verdadeiros mandantes não fossem alcançados.
A PF alega que a equipe designada para o caso, liderada pelo delegado Giniton Lages, não realizou diligências eficazes e contribuiu para a sabotagem da investigação. Tanto Barbosa quanto Lages negam envolvimento no caso e enfrentam medidas legais decorrentes das alegações.
O ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou a execução do crime, identificou Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes em uma delação premiada recentemente aprovada pelo STF.
A Polícia Federal também menciona uma série de erros procedimentais e omissões por parte da Polícia Civil, incluindo a não captação e análise adequada de imagens de segurança, a dependência de denúncias anônimas duvidosas, e a perda de material probatório chave, como o celular de Eduardo Siqueira, envolvido na clonagem da placa do veículo usado no crime.
O relatório sugere que a combinação dessas falhas contribuiu para o encaminhamento ineficaz da investigação, afastando-a dos verdadeiros mandantes e transformando o caso Marielle em um “cold case”, um termo utilizado quando um caso está próximo de se tornar insolúvel devido à dificuldade de produzir novas provas substanciais.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que está conduzindo uma investigação interna para apurar as condutas de Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, enquanto a defesa de Barbosa reitera sua inocência. Lages, por sua vez, defende sua independência e autonomia durante a investigação.
Com informações da Folha
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!