Vendas de Ozempic financiam supercomputador de IA da Nvidia para pesquisa médica

Gefion auxiliará na descoberta de novos medicamentos, diagnósticos e tratamentos

A Fundação Novo Nordisk, controladora da empresa farmacêutica responsável por Ozempic e Wegovy, está investindo em um supercomputador avançado baseado em inteligência artificial da Nvidia, focado principalmente no desenvolvimento de novos medicamentos e terapias.

A fundação assinou um contrato com a Eviden, da França, para a construção do que é descrito pela empresa de computação como um dos supercomputadores mais poderosos do globo, projetado para analisar vastas quantidades de dados através da IA.

A expectativa é que o supercomputador, nomeado Gefion, esteja pronto para projetos piloto antes do término deste ano, sendo instalado no centro dinamarquês nacional de inovação em IA.

Destinado ao uso de pesquisadores do setor público e privado na Dinamarca, Gefion contará com o suporte de duas das principais empresas dos EUA e da Europa.

“[O Gefion] terá potencial sem precedentes para acelerar inovações na descoberta de medicamentos, diagnóstico e tratamento de doenças”, disse Cédric Bourrasset, chefe de computação quântica da Eviden, em entrevista à CNN.

A Nvidia, avaliada em US$ 2,21 trilhões, é uma das gigantes do mercado de ações dos EUA atualmente, e o novo supercomputador utilizará sua tecnologia de chips mais recente.

Por outro lado, a fundação detém a maior parte da Novo Nordisk, cujos rendimentos têm crescido significativamente devido à ampla aceitação de Ozempic como medicamento para perda de peso e à popularidade do Wegovy, que compartilha o mesmo princípio ativo de Ozempic.

O potencial da IA em acelerar pesquisas científicas foi evidenciado no começo do ano pela Microsoft, que anunciou a descoberta de um novo material para baterias “em semanas, não anos”.

O Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL), do Departamento de Energia dos EUA, utilizou um sistema da Microsoft que combina modelos de IA e computação de alto desempenho para filtrar 32 milhões de materiais inorgânicos potenciais, identificando 18 candidatos promissores em menos de quatro dias.

O PNNL comentou sobre a parceria com a Microsoft: “Todo o processo, da seleção dos candidatos simulados à criação de uma bateria funcional, levou menos de nove meses, um tempo consideravelmente curto se comparado aos métodos convencionais”, conforme mencionado em entrevista à CNN.