O governo da Espanha anunciou um investimento de 2 milhões de libras (2,3 milhões de euros) em um estudo de concepção para a revitalização dos planos de uma conexão ferroviária de alta velocidade entre a Europa e Marrocos, através de um túnel pelo Estreito de Gibraltar.
Após uma pausa desde 2009, as propostas para a “ligação fixa Europa-África do Estreito de Gibraltar” ganharam novo fôlego em abril, com a retomada das reuniões da comissão conjunta espanhola-marroquina, que não ocorriam há 14 anos.
O financiamento, proveniente do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência da União Europeia, será destinado à Sociedade Espanhola de Estudos para uma Ligação Fixa através do Estreito de Gibraltar, encarregada de explorar as viabilidades do projeto.
Os esforços para conectar os dois continentes remontam à década de 1930, enfrentando desafios técnicos significativos devido à dureza da rocha sob o Estreito.
O projeto ganhou oficialidade em 1979, com um acordo entre o Rei Juan Carlos I da Espanha e o Rei Hassan I de Marrocos, visando fortalecer as relações Europa-África.
A inauguração da primeira linha ferroviária de alta velocidade do Marrocos em 2018, conectando Tânger a Rabat e Casablanca, reacendeu a confiança no projeto, que visa integrar esta rede à extensiva rede ferroviária espanhola.
Atualmente, a Espanha possui uma linha que conecta Málaga a Algeciras, operando a 220 km/h, com serviços de ferry existentes entre Algeciras e Tânger, bem como entre Tarifa, na Espanha, e Tânger.
Na recente reunião do comitê conjunto, a ministra espanhola dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, Raquel Sanchez, destacou o significado político da renovação dos estudos do projeto, sublinhando sua relevância geoestratégica para as relações entre Europa e África.
Ambas as partes acordaram em desenvolver uma estratégia e um plano de trabalho para os próximos três anos, marcando um novo capítulo na cooperação transcontinental.
Com informações do CCE News