Aldo Rebelo assume “apreço” por Bolsonaro, diz que não deixa o PDT e detona governo Lula

Aldo Rebelo, ex-ministro nos governos Lula e Dilma Rousseff, assumiu em fevereiro a Secretaria de Relações Internacionais de São Paulo, sucedendo Marta Suplicy na gestão de Ricardo Nunes (MDB).

Em entrevista ao GLOBO, Rebelo deu suas percepções sobre o cenário político e disse que identifica mais erros do que acertos no atual mandato do presidente Lula.

“Muito mais erros. Eu não reconheço, no presidente Lula, a preocupação hoje com as forças heterogêneas. Parece que é um permanente conflito com o principal adversário dele, que é o ex-presidente Jair Bolsonaro”, disparou.

Rebelo criticou a postura do governo em relação ao agronegócio e de fazer o enfrentamento político a Jair Bolsonaro.

“Vejo também uma posição agressiva do governo dele em relação ao setor do agronegócio. E Lula faz menos reuniões políticas do que a presidente Dilma, que já não gostava de fazer reuniões políticas”, ataca.

“Ele tem pouca paciência para a política. Ninguém pode dizer nada a ele, que ele fica irritado. A dificuldade na política surge exatamente pelo distanciamento da agenda política”, emenda.

Questionado sobre a política externa atual, ele a classificou como “ornamental” (???), destacando suposta falta de uma agenda estratégica que enfrente os desafios globais do país.

“É uma política externa ornamental. Ela pode ser esteticamente até bonita de se apreciar e de se ver. Mas ela não tem uma agenda à altura dos desafios do Brasil”, declarou.

Sobre a queda na popularidade de Lula, Rebelo declarou que o Brasil enfrenta um “mal-estar existencial e espiritual”, que não é diretamente atribuível ao desempenho econômico, mas uma suposta perda de confiança no futuro.

Quanto à sua posição sobre o golpe de Estado orquestrado por Bolsonaro, Rebelo tentou minimizar os fatos e comparou a situação criminal de Bolsonaro com a perseguição política sofrida por Lula durante a Lava Jato.

Questionado pelo jornal sobre se achava Bolsonaro um perseguido, Rebelo respondeu o seguinte: “Não tenho dúvida nenhuma. São os mesmos protagonistas. Trabalharam para excluir o presidente Lula da política e agora tratam para excluir o Bolsonaro”.

Além disso, falou sobre sua relação com Bolsonaro, classificando-a como “boa” e revelou que mantém conversas com o golpista de extrema-direita.

“Como sempre esteve, como diz o mineiro, boa. Nunca tive problema com Bolsonaro. Não temos tido encontros pessoais, trocamos mensagem pelo WhatsApp e, às vezes, um telefonema”.

Rebelo também falou sobre o motivo de não apoiar a candidatura de Guilherme Boulos, do PSOL, para a prefeitura de São Paulo.

“Sofri muito para organizar a Copa do Mundo, com um movimento que quebrava tudo no meio da rua chamado Não vai ter Copa. Só essa lembrança já me causa amarguras”.

Como se sabe, o pedetista se tornou funcionário do atual prefeito da capital paulista, aliado de Bolsonaro, e deve apoiar a reeleição do mesmo. Por fim, Aldo Rebelo foi questionado se deixaria o PDT mesmo tendo simpatia por Bolsonaro e a resposta foi uníssona: “Não”.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.