Na noite deste domingo (24), o general Walter Braga Netto, por meio de sua defesa, declarou que a nomeação do delegado Rivaldo Barbosa, acusado de ser o mentor do assassinato de Marielle Franco, para a chefia da Polícia Civil no Rio de Janeiro foi um ato isolado e exclusivo do general Richard Nunes, nomeado por ele e pelo general Villas Bôas como secretário de segurança no estado durante a intervenção federal ocorrida em 2018.
Acontece que, conforme revelado por esta coluna, o nome de Rivaldo só chegou ao general Nunes por conta de uma lista de recomendações elaborada pelo Comando Militar do Leste, que era chefiado por Braga Netto desde 2016. De qualquer maneira, vale ressaltar que Richard foi alertado pela própria subsecretaria de inteligência da PC que a promoção de Rivaldo não era indicada, mesmo assim, ele insistiu na recomendação do CML.
Agora, o fato de Braga Netto ter abandonado o militar não deveria ser surpresa. Richard Nunes atualmente integra a cúpula das Forças Armadas e, assim como o general Freire Gomes e o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, ele também foi alvo de uma campanha difamatória por não ter aderido à conspiração golpista que visava suspender as eleições de 2022.
Conforme revelado pela Polícia Federal, quem comandava essa campanha era o próprio general Braga Netto. Mensagens obtidas pelos investigadores mostram o militar orientando quem seriam os alvos e como seriam atacados.
Richard chegou até mesmo a publicar um artigo em março do ano chamado “O Mundo PSIC e a Ética Militar”, onde ele afirma que os ataques contra o exército eram “totalitários” e que buscavam “atingir a coesão” da força. O acrônimo criado pelo oficial refere-se aos termos “precipitação”, “superficialidade”, “imediatismo” e “conturbação”. O general também justifica alega que “o inconformismo com a tradicional postura legalista e de neutralidade do Exército tem dado ensejo a insultos a camaradas de longa data”.
Ou seja, depois da intervenção no Rio, Richard e Braga Netto seguiram por caminhos opostos e por isso o general e ex-ministro de Jair Bolsonaro, não pensou duas vezes em lançar seu antigo subordinado aos leões.
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