Novo trem-bala deverá ligar Beijing a Moscou em 30 horas

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China e Rússia estão considerando a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade que se estenderia por milhares de quilômetros, de Moscou a Pequim, o que poderia ter grandes implicações para a cadeia de abastecimento global.

A ferrovia reduziria o tempo de viagem dos atuais seis dias, pela icônica Transiberiana, para pouco mais de 30 horas, e possibilitaria o transporte ferroviário de cargas nesse trajeto da China para a Europa, passando por Moscou, e vice-versa.

O projeto teria um custo superior a 230 bilhões de dólares e uma extensão de mais de 7.000 quilômetros, o que a tornaria mais de três vezes maior do que a atual linha de alta velocidade mais longa do mundo, que vai da capital chinesa até a cidade de Guangzhou, no sul.

Essa ferrovia representaria um simbolismo físico poderoso da união entre Moscou e Pequim, cujas relações políticas têm raízes na era soviética e que frequentemente votam de forma conjunta no Conselho de Segurança da ONU.

Já faz alguns anos que os dois países assinaram um memorando de entendimento, na qual Pequim demonstrou interesse em construir uma conexão ferroviária rápida entre a capital russa e Kazan, na região rica em petróleo do Tataristão. Essa linha de 803 quilômetros seria o primeiro trecho da rota até Pequim. Especialistas dizem que a guerra na Ucrânia, que levou ao aumento do comércio entre os dois países, elevou o interesse dos respectivos governos de acelerar o projeto.

Atualmente, os trens entre as duas capitais operam pela ferrovia Transiberiana, que conecta Moscou a Vladivostok, antes de seguir por um ramal ao sul, passando pela capital da Mongólia, Ulan Bator.

Os trens diretos de passageiros entre Pequim e Moscou foram inaugurados em 1954 e ainda operam dois serviços por semana, de acordo com a CCTV.

Wang Mengshu, um especialista em túneis e ferrovias da Academia Chinesa de Engenharia, afirmou: “Se os fundos forem arrecadados sem problemas, a linha poderia ser concluída em no mínimo cinco anos”.

A China possui a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, construída do zero em menos de uma década, e contou com a transferência de tecnologia de empresas estrangeiras, incluindo a francesa Alstom, a alemã Siemens e a japonesa Kawasaki Heavy Industries.

Entende-se que a China tem interesse em promover a exportação de sua tecnologia ferroviária de alta velocidade e já está construindo redes diversos países do mundo, como Turquia, Vietnam, Chile e Indonésia.

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