General que liberou a nomeação de Rivaldo Barbosa agora diz que foi ‘ludibriado’

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O general Richard Fernandez Nunes, Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, expressou surpresa com a prisão de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado.

Barbosa, que assumiu o cargo um dia antes do crime, foi detido sob suspeita de planejar a execução das vítimas e obstruir as investigações subsequentes.

Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, Nunes declarou que a prisão de Barbosa e as alegações de seu envolvimento direto no caso o deixaram “perplexo”.

“Lógico que essa prisão me deixou perplexo. Como é que pode um negócio assim? É impressionante. É um negócio de deixar de queixo caído. Naquela época, não havia nada que sinalizasse uma coisa dessas, uma coisa estapafúrdia”, declarou o militar. 

Rivaldo Barbosa foi nomeado para a chefia da Polícia Civil uma semana antes do assassinato de Marielle, com a promoção assinada por Walter Braga Netto, então interventor da área de Segurança Pública do Rio durante o governo de Michel Temer.

Braga Netto, conforme reportado, tenta se distanciar da decisão, enquanto relatos indicam que as nomeações na Polícia Civil eram de responsabilidade exclusiva de Nunes. Este, por sua vez, afirmou que poderia ter sido enganado, tanto ele quanto a sociedade em geral, em relação ao papel de Barbosa.

Nunes também mencionou sua confiança inicial nas investigações conduzidas por Barbosa e pelo delegado Giniton Lages, destacando a prisão dos executores físicos do crime em 2019.

Contudo, a Polícia Federal sugere que, diante da pressão por respostas, Lessa e seus cúmplices foram “entregues” para proteger os verdadeiros mandantes, identificados como os irmãos Brazão.

“Eu nunca percebi, e eles até acham que me ludibriaram. Eu posso ter sido ludibriado, como a sociedade inteira, né? A sociedade inteira foi ludibriada”, afirmou.

A nomeação de Nunes como Secretário de Segurança Pública, um mês antes do crime, já havia sido criticada por Marielle Franco, destacando sua condução de operações do Exército no Complexo da Maré, local de origem política da vereadora.

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