A operação desse domingo (24) envolvendo o caso Marielle Franco, embora tenha finalmente chego nos mandantes, certamente possuí ainda muitos desdobramentos e dúvidas a serem esclarecidas e uma delas é sobre como um dos suspeitos por ser o mandante e articulador do crime chegou ao posto máximo de comando da Polícia Civil no Rio de Janeiro.
Rivaldo Barbosa foi nomeado em março de 2018, um dia antes do plano supostamente arquitetado por ele ser levado a cabo. Sua nomeação veio pelas mãos do general Walter Braga Netto que anos mais tarde viria a ser o braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro e até mesmo candidato à vice-presidência ao lado de Bolsonaro nas eleições de 2022.
Ainda segundo uma apuração da jornalista Ana Flor na Globo News, a nomeação de Rivaldo para a chefia da Polícia Civil do Rio em 2018 teria sido contraindicada pela inteligência da corporação, mas mantida e bancada por Walter Braga Netto.
Acontece que o órgão não foi o único a sinalizar contrariedade com a nomeação. Promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro também fizeram chegar ao Gabinete da Intervenção, suas preocupações com a nomeação do delegado.
Além disso, meses depois de sua nomeação, Rivaldo voltou a ser alvo de um novo pedido afastamento, agora por pare dos promotores Claudio Calo e André Guilherme Freitas, da 24ª Promotoria de Investigação Penal que apontaram irregularidades em licitações de informática.
Diante das revelações deste domingo, a PF também irá investigar as circunstâncias da nomeação de Rivaldo para a chefia da Polícia Civil na véspera dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.