Uma das perguntas que o relatório final da Polícia Federal sobre o caso Marielle responde é: como o nome de Rivaldo Barbosa chegou aos generais Richard Nunes e Braga Netto para comandar a Polícia Civil no Rio de Janeiro.
Segundo um depoimento prestado pelo general Richard Nunes, o nome do delegado veio através de uma lista elaborada pelo Comando Militar do Leste (CML), é um dos Comandos Militares de Área do Brasil. É o Comando da 1ª Região Militar e da 1ª Divisão de Exército, com sede no Rio de Janeiro (RJ) e da 4ª Região Militar sediada em Belo Horizonte (MG).
Richard alega para os investigadores que, embora não constasse na lista de recomendações do CML, o primeiro nome de sua escolha para comandar a PC no estado seria o delegado Delmir Gouvea por ter trabalhado com ele durante a atuação da Força de Pacificação na Comunidade da Maré. Porém, como o delegado recusou o convite, acabou escolhendo por Rivaldo que constava na lista de recomendações do CML.
O comandante militar do leste na ocasião era ninguém menos que Braga Netto que havia assumido o posto em 2016 e que também assumiu o posto de interventor do estado. Era primeira vez, desde a Constituição de 88, que um general do Exército assumia o cargo de interventor na área da segurança de um estado.
Veja também: Rivaldo planejava assassinato de Marielle há mais de um ano quando foi indicado por militares
A revelação contrasta com o que Braga Netto vem dizendo à pessoas próximas, conforme revelado pela jornalista Bela Megale. O general alega que as nomeações eram feitas unicamente por Richard Nunes.
Richard também revelou à PF que quem escolheu seu nome para a secretaria de segurança pública do Rio foi o então comandante do exército, general Villas Bôas.
Diante de tantas informações, a PF também está investigando as circunstâncias em que se deram a nomeação de Rivaldo para a chefia da PC. Nomeação que chegou a ser alvo de críticas no relatório final sobre o caso e que contrariou diversas recomendações.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!