Forte crescimento econômico explica recorde na arrecadação federal no primeiro bimestre

Foto: reprodução redes sociais.

Arrecadação de fevereiro atinge R$ 186,5 bilhões, melhor resultado para o mês desde 1995

Desempenho positivo foi impulsionado principalmente pelo crescimento de 11,27% na massa salarial dos trabalhadores brasileiros

A arrecadação federal de impostos alcançou R$ 186,5 bilhões em fevereiro de 2034, o melhor desempenho para o mês em toda a série histórica iniciada em 1995. De acordo com os dados apresentados pela Receita Federal em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (21/4), esse valor representa crescimento nominal de 17,31% e um avanço real — já descontada a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — de 12,27%, em relação ao mesmo mês de 2023, quando o montante de tributos atingiu a cifra de R$ 158,9 bilhões.

No acumulado dos dois primeiros meses do ano, a Receita Federal apurou que foram arrecadados R$ 467,1 bilhões, avanço de 13,7% (nominal) e 8,82% (real), ante janeiro e fevereiro do ano passado. Participaram da coletiva em que os detalhes foram apresentados — realizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília — Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros; e Marcelo Gomide, coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, ambos auditores-fiscais.

A arrecadação teve desempenho positivo, impulsionada principalmente por um crescimento de 11,27% na massa salarial, refletindo em maiores rendimentos para a população, o que estimula o consumo e o investimento na economia e, consequentemente, um aumento na arrecadação de impostos. Outros fatores macroeconômicos como venda de bens (+6,8%), venda de serviços (+4,5%) e produção industrial (+3,07%) também puxaram positivamente o desempenho.

“Este resultado da arrecadação, bem superior ao verificado no ano anterior, decorre de uma conjunção de fatores. Majoritariamente o desempenho da atividade econômica, mas também de um conjunto de medidas que foram adotadas no intuito de incrementar a arrecadação. Essas medidas, algumas delas legislativas e outras no âmbito da administração tributária, que em um esforço concentrado na recuperação de créditos concretizou um resultado satisfatório para o mês de fevereiro”, disse Malaquias.

Em fevereiro, a cobrança de Imposto de Renda sobre o rendimento de fundos exclusivos rendeu R$ 4 bilhões em arrecadação. Somando-se os meses de janeiro e fevereiro, o total arrecadado pelo Fisco alcançou R$ 8,1 bilhões. A tributação desses fundos começou em dezembro do ano passado, contribuindo com R$ 3,9 bilhões à receita. Para a regularização do estoque, os contribuintes devem efetuar o pagamento em quatro parcelas.

Detalhamento

O detalhamento dos resultados das receitas administradas pela Receita Federal por categoria mostra um desempenho melhor de PIS/Pasep e Cofins, que somou R$39 bilhões, com crescimento real de 21,37%, influenciado positivamente pela retomada da tributação sobre combustíveis. Em relação a arrecadação dos rendimentos de capital, o montante ficou em R$ 11,1 bilhões, alta de 58% em relação a fevereiro do ano passado.

A Receita Previdenciária alcançou R$ 50,3 bilhões, com aumento real de 4,74%, reflexo do crescimento da massa salarial. “A gente mantém o mercado de trabalho como um forte componente para explicar este resultado, mas temos que destacar também o desempenho do Simples Nacional que veio alinhado à massa salarial real e também ajuda na arrecadação previdenciária”, explicou o coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal.

A arrecadação do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) também cresceu em fevereiro na comparação com 2023. O avanço foi de 37,11% e a cifra total do segundo mês de 2024 atingiu os R$ 3,7 bilhões. De acordo com Marcelo Gomide, o aumento se deve ao decréscimo de compensação tributária, reflexo da MP 1.202/2023, que limitou a anulação de créditos tributários decorrentes de decisões judiciais definitivas.

Também apresentaram números positivos na comparação anual os tributos referentes à importação (+12,8%), ao Imposto de Renda Retido na Fonte (+16%), e ao Imposto sobre Operações Financeiras (+5,95%). A única queda observada na comparação anual foi do IRPJ/CSLL, com recuo de 0,11%. “O resultado ficou praticamente em linha com o observado no ano passado, com uma diferença de R$36 milhões corrigidos”, afirmou Gomide.

Publicado no site do Ministério da Fazenda no dia 21/mar/2024.

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