Um cientista chinês recentemente reiterou a ideia de construir o maior colisor de partículas do mundo na China. Sua equipe publicou um relatório de projeto técnico para isso em dezembro passado.
Wang Yifang, diretor do Instituto de Física de Alta Energia (IHEP) da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, disse que o país em breve elaborará um plano para a construção do colisor de partículas chamado Colisor Circular Eletrônico Positrônico (CEPC), que poderá custar cerca de 36 bilhões de yuan (US$5 bilhões).
Ele afirmou que a China poderá iniciar a construção do CEPC já em 2027 e que levará 10 anos para concluir a construção das instalações.
Segundo Wang, a máquina poderá fabricar em massa o bóson de Higgs, também conhecido como “partícula de Deus”, que é menor que um átomo e é essencial para os cientistas compreenderem o universo.
“O objetivo do CEPC é construir uma fábrica de Higgs para produzir em massa bósons de Higgs e descobrir novos fenômenos físicos por meio deles”, acrescentou.
Wang tem promovido essa ideia desde que o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) do Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear (CERN) descobriu o bóson de Higgs em 2012. Naquela época, os cientistas criaram um bóson de Higgs, que só aparece em cerca de uma em cada bilhão de colisões no LHC.
Uma vez criado, um bóson de Higgs “decai” em outras partículas que podem ser detectadas em detectores de partículas. A descoberta do bóson de Higgs comprovou a existência do campo de Higgs, que confere massa às partículas para formar tudo o que existe no universo.
A construção do CEPC representaria um avanço significativo para a China no campo da física de partículas e da pesquisa científica. Além de contribuir para a compreensão da física fundamental, a fabricação em massa do bóson de Higgs poderia levar a aplicações industriais inovadoras.
Apesar do alto custo do projeto, a China está determinada a se estabelecer como líder mundial em pesquisa e inovação científica. A construção do maior colisor de partículas do mundo é um passo ambicioso nessa direção.
No entanto, especialistas alertam que há desafios técnicos significativos a serem superados para garantir o sucesso do projeto. A construção de um colisor de partículas dessa magnitude requer conhecimentos avançados em engenharia de alta energia e tecnologia de aceleradores de partículas.
Além disso, questões financeiras e logísticas também precisam ser cuidadosamente consideradas. No entanto, a China demonstrou repetidamente sua capacidade de realizar projetos ambiciosos, como a construção de pontes e estradas de alta velocidade, o que aumenta a confiança em sua capacidade de concluir com sucesso o CEPC.
Se a China conseguir concretizar seus planos de fabricação em massa da “partícula de Deus” e construir o maior colisor de partículas do mundo, isso resultará em avanços científicos notáveis e impulsionará ainda mais a colaboração internacional no campo da física de partículas.
Enquanto isso, o mundo aguardará com expectativa os próximos passos da China na exploração dos segredos do universo e as possíveis aplicações industriais que podem surgir da massificação do bóson de Higgs.
Fonte: Asia Times, Global Times
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